A caneta que anunciou o renascimento e não mais uma morte*
Aqueles que acreditam numa Alagoas mais igualitária, justa e correta, muitas vezes são taxados de sonhadores. Não raras vezes “acusados” de viverem num “mundo cor-de-rosa”, onde sonhos se tornam realidade.
Nesta Pensata os leitores têm encontrado estímulo para mudar comportamentos e inspirar gerações. Aqueles que “sonham” e realizam em prol de uma sociedade melhor para seus filhos, e menos caótica para si mesmos, encontram guarida e certeza de que não são únicos.
Já dizia Raul Seixas: “um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”.
E é acreditando nisso que os “sonhadores” não devem parar de fazer o que está ao seu alcance. Afinal, é através de pequenos atos do cotidiano, exemplos e legados que são deixados aos que nos rodeiam, que conseguimos melhorar nossa sociedade.
O que o alagoano presente no plenário do Tribunal de Justiça testemunhou no dia de ontem (22) foi histórico. Infelizmente não televisionado, mas quem esteve presente viu que o Judiciário tem acompanhado a mudança que a sociedade tanto deseja, que a Constituição de 1988 seja uma realidade e não uma utopia.
Não é novidade para ninguém, que Alagoas é detentora de forte influência política em todas suas esferas de Poder. Sempre foi assim, é algo culturalmente arraigado em nossa sociedade.
Mas como já previsto, ao menos pelos sonhadores, essa realidade vem, paulatinamente, sendo modificada. E o Tribunal de Justiça deu uma mostra disso, ao apontar entendimento uníssono no sentido de que a vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas, em disputa judicial entre o Ministério Público de Contas e a Assembleia Legislativa de Alagoas, deve ser ocupada pelo Parquet de Contas.
Pela primeira vez em 24 anos – desde a promulgação de nossa Carta Magna Cidadã –, Alagoas poderá contar com um Tribunal de Contas em consonância com os termos constitucionais. E, ainda que não esteja terminado, e o pedido de vistas tenha adiado um pouco mais esse dia, a postura dos Desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas que optaram por adiantar seu voto e consolidar o entendimento da Relatora foi uma vitória para a sociedade.
E mesmo que caibam recursos aos Tribunais Superiores, e que haja a possibilidade concreta de reforma daquele entendimento, o alagoano não pode fechar os olhos para o momento histórico patrocinado pelo Judiciário de nosso estigmatizado estado.
Aos sonhadores, continuem sonhando, e aos que podem mudar a realidade, continuem caminhando.
*Referência ao texto "Crônica de uma Morte Anunciada", publicado nesta Pensata.
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