Hoje é um dia que marca a incoerência política e moral do PT. Temos, de um lado, leilão para a privatização dos aeroportos, promovido pelo governo do PT. E, na Bahia, o governo estadual petista reprime com veemência a manifestação e a greve dos policiais daquele estado. Qual o nome disso? Incoerência? Hipocrisia?
Alguém pode me indagar: mas você não é a favor da privatização e contra greve de servidor? Sou mesmo! E sempre defendi isso. O que estou destacando aqui é outra coisa. Estou mostrando a face mais suja do discurso petista: a mentira e a dissimulação. Na campanha eleitoral, demonizou as privatizações, agora, quando precisa de dinheiro e eficiência, recorre ao método que tanto combateu. Quando a greve é contra seu adversário, é justa, quando é contra o governo do PT, é criminosa!
Em 2001, Lula discursou contra o governo do então PFL da Bahia e incitou os policiais grevistas. Ele então afirmou:
“A Polícia Militar pode fazer greve. Minha tese é de que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial. Se considero a atividade essencial, mas pago salário mixo, esse cidadão tem direito a fazer greve.”
O governador da Bahia, o petista Jacques Wagner, em 2001, foi um dos financiadores da greve daquele ano. Hoje, chama os grevistas de criminosos e promove um intenso confronto.
Essa dupla moral eu não tenho. Minha opinião continua a mesma. Servidor público não deveria ter direito à greve. E se ele existe, deve ser restrito e nunca extensivo a categorias armadas, como os policiais. Aqui mesmo nesse blogue eu já disse:
“Apoio toda a manifestação pacífica. Aluguem um carro de som e botem na porta do governador e dos deputados. Façam passeata até não mais poder. Sem vandalismo, é claro. Mas com a greve eu não concordo de jeito nenhum”.
Nos comentários, defensores dos grevistas vieram aqui e bateram sem dó. Agora, o que acham? Seriam petistas? Mudaram de lado? Eu não mudei.