Laudo nº 3 é 'surpresa' no caso PC Farias e levanta possível briga antes das mortes

09/05/2013 20:17 - Odilon Rios
Por Odilon Rios

 

O julgamento PC Farias/Suzana Marcolino se baseia em três laudos periciais, elaborados por equipes diferentes.
 
O laudo Badan Palhares aponta para homicídio seguido de suicídio. Tese de crime passional.
 
Já o laudo de Daniel Munõez e do Domingos Torchetto aponta para duplo homicídio. Ele foi elaborado a pedido da Justiça alagoana, para se retirar dúvidas a respeito do crime.
 
Mas, o terceiro laudo- dos peritos Ailton Villanova, José Geraldo Barros, Edmundo Afrânio e Rodolpho Lima Pedroza- define os rumos do caso PC: houve duplo homicídio.
 
Ele será usado pela acusação como "trunfo" nesta sexta-feira (10), último dia do jugamento do caso, quando os jurados decidem se os quatro seguranças devem - ou não- ser condenados por duplo homicídio por omissão.
 
O documento foi elaborado em 30 de abril de 1999. Não havia corpos, o local do crime foi descaracterizado. Mas, pelos depoimentos e os levantamentos realizados no local, era possível notar contradições entre o quê foi dito pelos funcionários e a prática: o dia do crime.
 
E levanta a hipótese de possível briga corporal na sala de estar onde estavam Suzana, PC, o irmão dele, Augusto Farias e a namorada de Augusto, Milane.
 
Augusto e Milane negam desentendimentos no jantar que aconteceu horas antes do crime. 
 
Para isso, o laudo se baseia no depoimento da arrumadeira Marise. Ela encontrou a sala bastante desarrumada horas após o crime. E, ao varrer o chão, encontrou o projetil- a bala que atravessou a parede do quarto onde estava o casal e foi parar na sala onde houve o jantar.
 
Os peritos alagoanos também estranharam que um dos seguranças, que é réu no duplo homicídio por omissão, Reinaldo Correia de Lima Filho, entrou pela janela e não pela porta.
 
Para os peritos, na descrição das testemunhas e réus, a janela não foi arrombada. E, sim, estava aberta.
 
- Uma inusitada pantomima que não aconteceu, anotam os peritos, sobre a janela fechada, anotam.
 
Mais: Suzana comeu bem no jantar, conforme Genival, o garçom, uma das testemunhas arroladas no processo. Na necropsia, constatou-se que o estômago dela estava vazio. O de PC ainda tinha os restos do jantar.
 
O quê isso significa?
 
PC- que tinha restos de comida do jantar- morreu primeiro.
 
Suzana morreu horas depois.
 
Por que não se matou logo, após assassinar PC?, perguntam na perícia.
 
E por que ela não fugiu do local do crime? Não poderia- diz o laudo- afinal a casa estava cercada de seguranças.
 
Conclusão: ela foi assassinada:
 
- Suzana não se matou depois de supostamente ter eliminado Paulo César, porque ingressando em processo de perturbação anestésica de ansiedade, teria cometido suicídio de imediato.
 
O laudo é uma carta na manga que promete virar o jogo, no último dia do julgamento do caso PC Farias.
 

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