Uma varredura da Prefeitura de Maceió descobriu que entre 10% e 14% dos usuários do Bolsa Família, da capital, simplesmente não existem. O assunto é do conhecimento do prefeito Rui Palmeira (PSDB), que trabalha em conjunto com órgãos da Prefeitura e do Tribunal de Contas da União (TCU) para retirar os bolsistas ilegais do plano e, ao mesmo tempo, garantir que nenhum usuário seja prejudicado, se não existirem ilegalidades.
Dois casos foram constatados pelo blog nesta quinta-feira (2). Antônia Jackeline da Silva deveria estar morando na rua Santa Luzia, no bairro de Pescaria. Na casa, mora, há 30 anos, Ione Miguel dos Santos, que nunca ouviu falar de Jackeline.
- Nem morou nesta casa nem mora aqui em Pescaria. Nunca ouvi falar. Nasci e me criei nesta região, disse.
Outro caso é na rua São Miguel, em Ipioca. Antônio Barbosa dos Santos é quem recebe o benefício. O local é dominado pelo tráfico (que intimida possiveis fiscais). Ninguém conhece o Antônio.
Chama a atenção que o Bolsa Família tem, como um dos critérios, ser um benefício que está em nome de mulheres. Mas, a lista obtida pelo blog- via Ministério do Desenvolvimento Social- mostra que muitos homens predominam como "responsáveis" no recebimento do dinheiro.
Há pelo menos um mês a Prefeitura de Maceió começou a levantar casos de usuários fantasmas do Bolsa Família na capital. E um levantamento da administração mostra que entre 10% e 14%- pelo menos- dos usuários do programa federal nunca existiram. Mas, sacam todos os meses o dinheiro.
O próprio Ministério do Desenvolvimento Social trabalha em conjunto com a Prefeitura e o Tribunal de Contas da União para identificar e cancelar benefícios ilegais. Para isso, o TCU realiza o cruzamento de dados destes usuários.