O sumiço da jovem Roberta Costas Dias, 18, completa um ano na próxima quinta-feira (11) e entra para a lista de casos sem solução em Alagoas. A jovem desapareceu misteriosamente após sair de casa para realizar um exame pré-natal em uma unidade de saúde, no município de Penedo, onde residia com a família, e nunca mais foi vista. O caso repleto de questionamentos e sem nenhuma resposta é visto com indignação e revolta pelos familiares, que correm em busca de informações sobre o paradeiro da estudante.
Em entrevista ao CadaMinuto, a irmã da jovem, Amanda Costa Dias, relatou que foi um ano muito difícil para família, que vem sofrendo com o “silêncio” da Polícia Civil. A investigação do caso, coordenada pelo titular da Delegacia Regional de Penedo, Rubéns Natário, foi entregue à Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic). Segundo Amanda, mesmo com a Deic à frente o caso nada mudou sobre as respostas dadas pela Polícia.
“Até hoje ninguém disse nada sobre as investigações. A minha mãe procurou a delegacia várias vezes, mas sempre eles diziam não ter nenhuma novidade. Está sendo difícil para nós, um ano e não ter nada que informe o paradeiro dela”, afirmou Amanda, acrescentado que parentes foram chamados para prestar depoimentos nas primeiras semanas do desaparecimento.
O caso gerou protestos, com passeata nas ruas de Penedo, e oferta de recompensa por parte da família de Roberta Dias. O pai da gestante arrecadou R$ 5 mil com parentes para oferecer a quem por informasse sobre a localização da estudante.
A família acredita que o sumiço de Roberta esteja relacionado com a gravidez, já que a gestação de dois meses era indesejada e os familiares do ex-namorado da jovem haviam oferecido um coquetel para realizar o aborto. O suposto pai da criança nega ter feito qualquer pressão e ainda que não sabia da gravidez de Roberta
Um único objeto usado por Roberta no dia do desaparecimento, o aparelho celular, foi encontrado dois meses depois em um terreno baldio próximo da unidade de saúde e revendido. Amanda afirmou que história de como o celular foi encontrado e revendido é considerada muito estranha.
“A Polícia apreendeu o aparelho, mas não deu nenhuma resposta se tinha encontrado algo. O computar também foi levado para a perícia e devolvido, eles também disseram que nenhuma pista foi encontrada”, relatou.
Durante os primeiro meses, a família recebeu diversas ligações, mas todos foram informações desencontradas ou trotes. “Está tudo muito calado, abafado. Nunca houve nenhum caso desse semelhante na cidade e ficou por isso mesmo, sem nenhum suspeito, sem nenhuma resposta, mas nós não perdemos a esperança de encontrá-la com vida”, disse Amanda.
O caso
Roberta foi vista pela última vez na tarde de 11 de abril, quando retornava de uma consulta médica no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), na cidade de Penedo, junto com uma amiga. À época, a amiga da jovem relatou que Roberta disse que iria encontrar o namorado, antes de voltar para casa.