Novos médicos migram para buscar empregos em outros estados

20/02/2013 08:55 - Saúde
Por Redação
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Quem termina a faculdade de medicina prefere iniciar a profissão em outros estados do Brasil, já que salários e condições de trabalho em Alagoas não são atraentes. A informação é de Fernando Pedrosa, presidente do Conselho Regional de Medicina no Estado, que motiva essa migração pela busca de boas oportunidades de emprego, deixando Alagoas numa situação de caos na área da Saúde.

Atualmente, a faixa etária dos médicos no estado é de 50 anos e o que agrava a carência desses profissionais não é a falta de mercado, mas a péssima valorização do governo. Os dados foram apresentados à imprensa durante uma coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (20) realizada na sede da entidade, em Maceió.

O estudo Demografia Médica no Brasil, divulgado essa semana pelo Conselho Federal de Medicina traz um panorama da situação dos médicos em todo o país e mostra que Alagoas ficou abaixo da média nacional, registrando pouco mais de um profissional para cada mil habitantes.

Dos quatro mil médicos que atuam em Alagoas, 94% deles estão na capital. A situação é crítica em todos os municípios do interior. Os dados divulgados mostram que 2.222.363 alagoanos moradores de cidades interioranas são assistidos por 231 médicos. Neste conjunto de municípios, a razão médico/habitante fica em 0,10.

Com os dados em mãos, o CRM irá realizar um levantamento sobre a ocupação das unidades hospitalares de Maceió e também no interior, fazendo uma comparação dos números de médicos e também da situação dos hospitais. “Com isso, vamos poder saber o número de pacientes vem do interior pra buscar atendimento na capital”.

Pelo menos 45 unidades estariam abandonadas em Alagoas. Ainda não há um prazo para a conclusão desse documento, no entanto, assim que for finalizado, será encaminhado para o governo do estado para cobrar melhorias estruturais.

Ao pontuar várias medidas que considera eficazes para resolver a questão, Pedrosa afirmou que a abertura de uma nova escola de medicina não iria solucionar a carência de médicos em Alagoas. A única saída para a carência desses profissionais seria que o Governo Federal conseguisse a aprovação da PEC que tramita no Congresso e prevê a criação de um Plano de Cargo e Carreira no estado, estimulando a fixação dos profissionais nas áreas consideradas de difícil provimento.

“Assim o médico é contratado por concurso público para atuar em áreas remotas do interior, como acontece no judiciário. Os juízes são aprovados por concurso e nomeados para atuar nas comarcas, sem ter como escolher sua área de atuação”, explicou o presidente, que denuncia que a falta de um plano de carreira médica poderia acabar com a perseguição que os médicos sofrem no interior do Estado, onde muitos prefeitos querem usar esses profissionais para angariar votos.

Outro ponto defendido por Fernando Pedrosa como ‘saída’ para o caos na saúde seria a construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s), mas elas deveriam passar por uma reestruturação. “Os governos federal e estadual deveriam entrar com uma maior contrapartida de verba. Atualmente, apenas uma UPA funciona no estado”, acrescentou. 

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