Uma reunião entre a vereadora Heloísa Helena (PSOL) e a atual secretária de Educação, Ana Dayse, levantou alguns pontos interessantes sobre a rede municipal em Maceió. Estes precisam ter toda atenção da administração do prefeito Rui Palmeira (PSDB). O tucano falou - durante a campanha - em tratar Educação e Saúde como prioridade. Que assim seja! Para isto é preciso ter coragem, deixar muito proselitismo de lado e até mesmo enfrentar crítica de alguns poucos servidores, pois muitas medidas são enérgicas, como reavaliar a situação de professores que se encontram fora de sala de aula e o diagnóstico das vagas ociosas.
Mas, vamos aos pontos da pauta. Um dos assuntos discutidos é o fato de não se saber a quantidade exata de crianças entre 0 e 6 anos que estão fora da sala de aula em Maceió. De acordo com informações colhidas por este blog, nunca se fez um balanço sobre a demanda reprimida para saber a quantidade de famílias que tentam vaga em escolhas mais próximas de suas residências. Uma medida que contribuiria e muito para evitar a evasão escolar, por exemplo.
Além disto, já há uma noção de que o município de Maceió tem sobra de vagas em algumas escolas. Na parte baixa da cidade, se contabiliza mais de 600. A ausência de políticas de segurança pública - em regiões como o Virgem dos Pobres - também tem dificultado o acesso de crianças às escolas. Eis um dos casos relatados na reunião: “uma das conselheiras tutelares contou que para evitar que o filho ficasse fora de sala de aula, uma mãe resolveu levar a criança até a escolha. Um suposto traficante - no caminho - teria enfiado um cano de um revólver na boca da mulher e informado que se no outro dia ela tentasse atravessar o conjunto novamente estaria morta”.
Os pontos em questão foram levantados pela vereadora Heloísa Helena e por membros de conselhos tutelares e apresentados para a secretária Ana Dayse. Uma informação que preocupa: diante da sobra de vagas em algumas escolas, a verba do Fundeb acaba se tornando insuficiente, o que pode prejudicar diretamente a folha dos professores. Males da ausência de planejamento, eficiência e eficácia no poder público. Neste sentido, o problema só se torna visível quando a bomba explode. Que a equipe de Rui Palmeira saiba encontrar soluções urgentes, pois a situação se revela dramática.
Heloísa Helena e os conselheiros tutelares ainda conversaram sobre a necessidade de melhorias para o transporte escolar, para que os não-matriculados possam preencher vagas existentes em escola distantes, além de reformas em algumas unidades escolares e a construção de outras, para garantir que o aluno esteja em um estabelecimento próximo ao local onde mora.
De acordo com a vereadora do PSOL, “a secretária contou que anulou a licitação do transporte público escolar e irá fazer uma nova, assim como vai a todas as 143 escolas municipais para conhecer a realidade de cada uma e admitiu que realmente Maceió precisa de novas unidades escolares, principalmente na parte alta e no litoral norte da capital alagoana, mas que essas seriam soluções a médio e longo prazo”.
Conforme o levantamento apresentado por Heloísa Helena e pelos conselheiros “as piores condições são encontradas na parte alta e no Litoral Norte de Maceió”. Sobre as mais de mil vagas que sobram nas unidades escolares municipais, Heloisa Helena e os conselheiros tutelares explicaram a Ana Dayse que a realidade das famílias carentes de Maceió impede até o pagamento de uma simples passagem de ônibus para que seus filhos frequentem a escola.
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