Após o atual prefeito de Maceió, Rui Palmeira declarar em entrevista coletiva que a nova gestão enfrenta um caos financeiro, o ex-prefeito Cícero Almeida se defendeu das críticas afirmando que não deixou rombo nas contas. Durante entrevista à Rádio Jovem Pan, no programa do radialista França Moura, na manhã desta sexta-feira (1), Almeida afirmou que Rui Palmeira precisa aprender mais sobre gestão pública.

Durante a entrevista, Almeida frisou várias vezes que a dívida de R$ 149 milhões apontada pela nova gestão não existe. Ele afirmou que durante os oito anos que esteve à frente do executivo municipal nenhuma de suas transações ocorreu de forma ilegal. 

“Quando entramos na prefeitura já encontramos uma dívida de mais de R$ 450 milhões. Conseguimos pagar de cara feia metade desse montante. È triste desembolsar dinheiro com uma dívida que não é sua. Se houve erros, foram erros coletivos. O prefeito não errou sozinho”, rebateu.

Cícero Almeida criticou também a forma como os termos “rombo” e “bagunça”, utilizadas durante a coletiva de Rui Palmeira na tarde desta quinta-feira (31) foram usados. O ex-prefeito classificou a atitude dele como infantil.

“Estão usando de uma maneira equivocada a palavra ‘rombo’. Ela só tem sentido quando o gestor desvia dinheiro público. Todo mundo sabe que eu nunca fiz isso. Se algum secretário meu fez isso, eu quero que a polícia meta na cadeia. A nossa gestão foi elogiada e não existiu bagunça nenhuma. Basta o Rui andar pela cidade que ele vai ver nossas obras, todas de extrema utilidade para a população”, se defendeu.

Quanto às acusações de que a folha de pagamento de sua gestão rodava em um programa pirata, Almeida foi enfático ao afirmar que conseguiu realizar o recadastro dos servidores e fazer o reconhecimento dos que estavam fora da prefeitura.

“Quando pegamos a prefeitura, o programa usado para rodar a folha era confeccionado em Recife, era uma vergonha. Fizemos um recadastramento e reconhecemos os servidores que estavam fora da prefeitura. Esses funcionários hoje não identificados estão à disposição da prefeitura. Essa folha pirata não existe. Capacitamos os funcionários e temos hoje uma folha detalhada”, explicou. 

Quanto a supostas irregularidades no Iprev e na Saúde, Cícero Almeida disse que a prefeitura teve prejuízos milionários, que acabaram refletindo na verba a ser repassada.

“Deixamos 138 milhões no Iprev, inclusive com verba para comprar um prédio de vergonha. Existe um convênio com a secretaria de Saúde do Estado que vai destinar mais de 30 milhões para a saúde. Nossa equipe foi modificada após denuncias na marcação de exames e conseguimos remediar a situação. A prova é que o PAM Salgadinho atende pacientes de todo o estado”, frisou.

Almeida encerrou a entrevista dizendo reafirmando que sua administração prezou pela eficiência, negando irregularidades e déficit nas contas e disse que o novo prefeito precisa aprender mais sobre administração pública. 

Nunca fizemos nenhuma licitação errada. Você acha que um prefeito desonesto iria fazer o que eu fiz? Se houve falha, houve falha coletiva. Se houve superfaturamento, esses setores também são responsáveis. O prefeito não era um técnico. Eu tinha um grupo de trabalho e tenho certeza que a equipe de transição estaria bem mais informada se tivesse participado de mais reuniões na secretaria de planejamento.O Rui vai sofrer na pele como gestor. Ele vai ver que não é fácil administrar uma cidade. Ele tem que aprender mais para poder falar”, concluiu.