Em primeiro lugar, agradeço ao advogado Bruno Barros por ter me encaminhado o livro “Criminalista sim, senhor!”. Li os casos ali narrados. É de se observar que é uma boa leitura tanto para advogados, quanto aos não advogados, o que é meu caso, por conta das reflexões ali presentes.
Bem colocadas as palavras do professor Yuri Brandão ao falar sobre a obra: “Em tempos de patrulhamento político, moral e intelectual, quando a banalização das garantias individuais e do Estado Democrático de Direito parece assombrar não só o dia a dia do cidadão mas também do advogado atuante, especialmente o criminalista, eis que surge um livrinho de causos, verdadeiras lições de civilidade, de humanismo, de defesa das prerrogativas profissionais, de respeito ao devido processo legal e à Constituição”.
Eis que temos a história por meio de seus próprios personagens. A vida que - numa obviedade para muitos não tão óbvia - ensina a viver. A óptica sobre as circunstâncias que envolvem o sujeito em situações de crime, expondo o humano - sem cair no “banditismo por questões sociais” e o blá, blá, blá do “sociolinguês de quinta” - é uma das maravilhas da obra, que se apresenta fácil de ser digerida pelos leitores e que sim, apesar das poucas páginas, mudar concepções e paradigmas.
Vale a máxima de Bruno Barros em um dos contos, na terra onde se confunde a profissão do advogado com seu cliente (que por pior que seja este tem sim o direito a defesa garantido na Constituição e - ora bolas! - alguém tem que fazê-la. Desde que não se associe a práticas criminosas e exerça a sua função, o advogado deve sim ser respeitado e nunca confundido), “pois é, o advogado criminalista é um crápula até que alguém que você conheça (ou você próprio) precise dele”.
Barros também nos leva - em entrelinhas - a diferenciar a ideia de Justiça e de justiçamento (com o sabor da vingança). É preciso - sempre defendi isto! - que se tenha Justiça com a óptica da Constituição e visando assegurar as garantias das liberdades individuais. Um bom exemplo disto é que o fato de um crime ser fruto de uma causa não o torna menos crime, apesar das circunstâncias - como mostra Barros - que podem atenuar penalidades em casos, como no caso do “traficante de primeira viagem” no “Pimenta nos Olhos dos Outros É Refresco (página 51)”.
O livro é bom e por isso me dedico a escrever sobre ele. Caso contrário, agradeceria o presente como manda a boa educação. Mas, sempre que nos deparamos com boas obras, temos o dever de compartilhar. Sempre que vejo uma estante com livros nunca abertos, eis que ali se fez um cemitério. Por isso, os meus livros são rabiscados, grifados, cheios de anotações, revisitados, emprestados (ainda que alguns nunca devolvidos), porque o bom debate deve seguir adiante.
Ao ler Bruno Barros, o destaque para os Não Prometa Resultados, Sem Lenço e Sem Documento e Mantendo os Princípios.
No mais - conforme assessoria de imprensa - o lançamento do livro Criminalisra sim, senhor! ocorre no dia 31 de outubro de 2012 - hoje! - às 19h30 no Hotel Ritz Lagoa da Anta. Aconselho a boa leitura.
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