Pais e filhos vítimas de tragédias falam sobre o Dia dos Pais

12/08/2012 04:40 - Maceió
Por Redação
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“Pai, você foi meu herói, meu bandido; Hoje é mais muito mais que um amigo; Nem você, nem ninguém tá sozinho; Você faz parte desse caminho; Que hoje eu sigo em paz”, esse é um excerto da música Pai escrita pelo cantor Fábio Junior, há 30 anos, que representa o misto de adoração e saudade que os filhos carregam ao perder seu genitor.

Apesar da condenação em primeiro grau de Rafael Teixeira, acusado de ter causado a morte do policial federal André Barros em um acidente automobilístico, o filho da vítima João Paulo Barros revela que a dor da perda aumenta a cada ano que passa.

“A condenação do acusado sustenta o sentimento de Justiça, mas a falta do meu pai aqui ninguém pode substituir. Sem ele por aqui, fica a ausência da voz que me guiava por onde ir mostrando qual era o melhor caminho. É o mais difícil”, recordou.

No dia 24 de maio de 2009, Teixeira estava dirigindo uma Ranger, de cor preta e placa MUV-3802/AL, quando colidiu com o Prisma, cor preta e placa MNX 5188/AL, conduzido pelo agente. A vítima faleceu no local devido ao impacto da colisão.

“Espero que ao sair do Sistema Prisional haja alguma mudança com esse cidadão. A morte do meu pai foi um dos primeiros casos que o acusado foi condenado pela Justiça. Espero que sirva como exemplo para outros casos. A saudade que tenho dele é enorme”, colocou. O acusado foi condenado a oito anos e quatro meses de prisão por dirigir sob efeito de álcool e provocar o acidente que resultou na morte do policial.

O cantor Messias Lima, que teve o filho Manuel Messias Souza Júnior assassinado em 2007, sofre com a saudade e com o sentimento de revolta que toda família carrega após o responsável pelo crime ser inocentado no Tribunal do Júri. “Não tem palavra que possa demonstrar a dor que carregamos. É um misto de saudade com revolta pelo responsável da morte do meu filho não ter sido punido. A justiça do homem não foi capaz de remediar a dor, agora só acredito na divina”, revelou.

No último mês de maio, o Tribunal do Júri, presidido pelo juiz da 9ª Vara Criminal da Capital Geraldo Amorim, absolveu por quatro votos a três Alexandre do Nascimento Albuquerque de Souza, acusado de participar do crime. Manoel Messias era agente penitenciário e foi morto durante a escolta do de Souza, no dia 28 de novembro de 2007. “Meu filho era um homem decente. Trabalhador, honesto e não tinha problemas com ninguém. Sentimos muita saudade dele, sem dúvida. Sem a justiça que era aguardada, nos resta agora o sentimento de ausência e as boas lembranças que temos dele que não são poucas”, frisou.

Sobre o sentimento que carrega a comemoração do dia dos Pais, João Paulo deixou um recado para os filhos que ainda têm a chance de “usar e abusar dos seus genitores”. “Desentendimento todo mundo tem. O que devemos fazer é respeitá-los e aproveitar o máximo cada segundo. Passar essa data especial sem comemorar é muito difícil. Por isso, reforço a recomendação que amem seus pais e aproveitem ao máximo. Independente das diferenças”, sugeriu.

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