Primeiro a notícia do jornalista Pedro da Rocha, no Estadão sobre o assassinato da jovem angolana, Zumira de Souza Borges Cardoso, de 26 anos. Após, a notícia trazemos uma análise acurada sobre a invisibilidade de África , como o continente continua a ser " oestrangeiro-exótico " em terras brasileiras. Luiza Junior referência da militância negra, em Brasília nos mostra como o Brasil continua , após 512 anos, a tratar preto como "o africano indesejado". Opinião singular da qual compartilho e socializo.
Após ofender africanos, chamando-os de 'macacos',
desconhecido voltou de carro e atirou.
SÃO PAULO - Uma discussão de bar na Rua Cavalheiro, no Brás, região central de São Paulo, terminou com uma universitária angolana morta e três outros angolanos feridos na noite de terça-feira, 22. Até as 3h30 ninguém havia sido preso.
Segundo testemunhas contaram à polícia, os angolanos estavam bebendo em um bar, no número 80 da rua, quando dois outros clientes, brasileiros, teriam xingado o grupo, com termos como "macacos". Houve uma discussão e os brasileiros foram embora.
Cerca de 20 minutos depois, um dos brasileiros voltou, em um Golf prata, desceu do veículo e atirou contra o grupo de angolanos. Zumira de Souza Borges Cardoso, de 26 anos, estudante de engenharia na Uninove, foi atingida e morreu no local. Celina Bento Mendonça, de 34, grávida de cerca de oito meses, acabou ferida por pelo menos dois tiros, um deles na barriga. Gaspar Armando Mateus, de 27, foi baleado na perna.
Renovaldo Manoel Capenda, de 32, também foi atingido. Celina e Gaspar foram socorridos no Hospital João XXIII, na Barra Funda, e Renovaldo no Hospital Vergueiro, região centro-sul. O caso foi registrado no 8º Distrito Policial (DP), do Brás/Belém. O atirador ainda não foi identificado pela polícia.
23 de maio de 2012 | 5h 11- Pedro da Rocha, do estadão.com.br
Luiza Junior comenta:
Enquanto os governantes dos países africanos continuarem assinando acordos de cooperação com o Brasil e não admitirem que as vidas de seus jovens cidadãos devem ser protegidas em território brasileiro, isto vai continuar assim. Este não é o primeiro caso.
Nos anos 1980, a saudosa Beatriz Nascimento foi morta assim, num bar no Rio de Janeiro.
Há uns quatro anos incendiaram a moradia de estudantes africanos na UnB: ficou por conta da lábia do Presidente Lula o abafamento do caso e a continuação de acordos entre países africanos e o Brasil.
Há um ano foi no Mato Grosso, assim caminha o racismo cordial brasileiro...
O Itamaraty e a Presidente Dilma do PT devem responder a isto de acordo com as normas internacionais fixadas nas Cartas de Direitos Humanos e Proteção à Vida das quais o Brasil é signatário.
E, os governos africanos devem cobrar a responsabilidade do Brasil em mais este crime contra os africanos que estão no país.
Vejamos o quanto de impunidade será admitida neste caso envolvendo estrangeiros.
Tomara que os Comitês da Copa e das Olimpíadas estejam atentos porque em sendo de cor preta qualquer um está na mira dos cordiais racistas brasileiros.
Tudo indica que os observadores da ONU se não estão cegos se comportam como tal no Brasil quando as vítimas são negras, índigenas e indigentes!
Lembro aqui da humilhação que o piloto Lewis Hamilton passou no Brasil, registrada na carta pública de seu pai.
Bummm!!! simples assim.
O que poderia ser falta de solidariedade - por não terem identificado o assassino - é na verdade conivência de testemunhas.
O mau caráter das autoridades políticas no Brasil é tão expressivo que não causa espanto que o Cachoeira - a quem a senadora Kátia do Tocantins chamou de "chefe de quadrilha" - tenha contratado o celebrado ex-Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, como seu advogado de defesa!
Mais uma vez, este país é ímpar, este país é Brasil!
Luiza Junior