O presidente do Conselho de Medicina de Alagoas, Fernando Pedrosa, informou que acionará - na próxima semana - o Ministério Público de Alagoas (MPE/AL) para garantir o acesso legal do colegiado as diversas licenças médicas apresentadas pelos deputados da Assembleia Legislativa de Alagoas na corrente legislatura.
Segundo Pedrosa, apesar das diversas solicitações a Mesa Diretora da Casa de Tavares Bastos ignorou os encaminhamentos e não enviou as licenças médicas solicitadas pelo Cremal. “Investigar as ações dos médicos é uma atribuição legal nossa. Se houver um laudo gracioso o responsável será punido pelo conselho de ética. Pode ter certeza”, informou.
O presidente disse ainda que não há até o momento nenhuma suspeição sobre algum laudo viciado, mas a quantidade de atestados apresentados pelos parlamentares nos últimos meses chamou atenção do conselho. “Não estamos personificando nenhum parlamentar, porém, as solicitações devem ser analisadas. Como não temos o poder de polícia, a atuação do MPE será de fundamental importância nesses casos”, destacou.
Nos últimos meses, os deputados Dudu Hollanda (PSD), Mauricio Tavares (PTB), Edval Gaia (PSDB) e Marquinhos Madeira (PT) – esse último teve aprovado ontem (9) a licença por 130 dias - apresentaram laudos médicos que ‘atenderiam a supostos interesses políticos’.
Hollanda e Tavares abriram caminho para o suplente Cícero Ferro (PMN) no final de 2011. Em seguida, Gaia ficou doente e, automaticamente, cedeu espaço para Marcos Ferreira (PSDB).
Ferreira deseja concorrer ao cargo de prefeito na cidade de Santana de Ipanema. Já Madeira também adoeceu e deixou a suplente e colega de partido Patrícia Sampaio no seu lugar. Há algumas semanas, Madeira confidenciou que ‘a possível solicitação atenderia a um entendimento político’. Sampaio, que tem fortes raízes políticas em Palmeira dos Índios, pretende concorrer à vaga de prefeita do município.