101 anos do Teatro Deodoro tem performances de dança e Millane Hora

11/11/2011 20:39 - Maceió
Por Redação

Como parte das comemorações de seus 101 anos, o Teatro Deodoro recebe nesta segunda (14) performances de dança que acontecerão de forma gratuita no pátio do Teatro e em seu palco, sendo esta limitada a 60 pessoas, por meio de convites a serem retirados na bilheteria do teatro. As apresentações começarão às 19h, conforme programação abaixo. A programação é uma realização do Governo de Alagoas através da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL).

 

Dia 14 de novembro

“Contemporânea no Deodoro”

- Tortura – Performer Pam Guimarães

19h00 – Pátio Externo (entre o Foyer e o Teatro Deodoro)

- Anônimo – Performer Mary Vaz

19h30 – Porão do Teatro Deodoro

- Esqueci meu Coração – Coletivo Independente de Performance

20h00 – Pátio Externo (Palco ao lado do Teatro Deodoro)

- Rótulo – Performer Charlene Sadd

21h00 – Palco do Teatro Deodoro

Entrada franca limitado a 60 pessoas

 

As performances

RÓTULO – As Impressões do Corpo

Segundo Sygmunt Bauman, nosso espaço de convivência social tem sido conhecido como mercado, nos tornando uma sociedade de consumidores, onde estamos preparados para nos divulgarmos e não para nos relacionar, e quando melhor a aparência melhor será a divulgação, assumimos assim um papel de produtos.

A performance surge no intuito então de promover instigações sobre o corpo/imagem. Como pode ser possível termos propriedade de nossa imagem ante a relação abusiva e desconstrutiva do que é padrão de beleza na atualidade? O corpo social – cultural tem claramente forte domínio sobre o indivíduo, mas como induzir a aceitação da nossa própria imagem quando tudo ou muita coisa ao nosso redor nos grita para que sejamos desfigurados? Qual a imagem que temos de nós mesmos, frente ao espelho, frente aos outros, frente ao nosso desejo? A obra investiga, a partir da anorexia (experienciada pela performer na adolescência), as exigências estéticas sobre o corpo, especialmente o feminino.

Concepção Geral e Intérprete Criadora: Charlene Sadd

 

ANÔNIMO (A)

Tal performance se desdobra no intuito de promover instigações sobre um corpo impregnado de suas raízes enquanto origem e formação de identidade. Elementos, imagens e sonoridades se unem para estabelecer um encontro poético dessa “anônima” com público e ao mesmo tempo um reencontro com seu ambiente de origem.

A identidade pessoal define-se, antes de tudo, em referência aos ancestrais e aos pais; o indivíduo de uma tribo designa-se primeiro como “filho de” e depois por um nome que pode ser de um parente, de um patriarca, de um profeta, de um santo, do qual não somos o único titular. Mas amplamente, definimo-nos em referência à nossa cidade, nosso estado, nossa nação, nossa religião. Nossa identidade não se fixa afastando-se, mas ao contrário, incluindo os seus ascendentes e as suas filiações.

Lançando-se numa busca de um corpo ascendente e ancestral no sentido de voltar ao campo, ao mato, as folhas, aos bois, aos animais, ao “feto”, a obra investiga a aceitação da própria imagem e semelhança. Exigindo desse corpo uma intimidade direta co a terra. Retrocedendo o mesmo a vivências impressas ao longo do tempo. E ao mesmo tempo se interrogando quanto a uma imagem, a um estilo de vida imposto pela cidade grande.

O desejo de acionar as lembranças que constitui minha identidade toma-me a alma. Fazendo-me compreender o processo criativo performático Anônimo (A) como uma forma intrínseca de vivenciar e agradecer ao lugar de onde vim.

Concepção Geral e Intérprete Criadora: Mary Vaz

 

ESQUECI MEU CORAÇÃO

A performance “Esqueci Meu Coração” iniciou-se a partir de um exercício proposto pela Performer e atriz Mary Vaz, nossa orientadora como objetivo de utilizar o plano baixo, sem a ajuda das mãos, para agarrar um balde. Após várias discussões sobre o que o experimento nos fazia sentir, decidimos transformar a ação numa idéia de performance.

Quatro garotas, um coração de pelúcia vermelho e algumas frases clichês; disputando este coração, rastejando-se, gritando, chorando, gargalhando, fazendo tudo o que se faz num relacionamento. O que o experimento transmite é tudo aquilo que se sente em uma relação, amorosa ou não, tudo o que se vivencia com o outro.

Esqueci meu Coração nos é uma representação de refúgio e busca de compreensão. Simbologia de proteção. O medo e fuga. O orgulho e auto-suficiência. Um mar de complexidades.

Orientação e Co-criação: Mary Vaz e Pam Guimarães.

Intérpretes Criadoras: Karina Mayara, Sara Spinassé, Carol Dublin e Lívia Camila.

Uma produção do Coletivo Independente de Performance.

 

TORTURA

A Tortura da gota d’água provoca em mim uma imersão num universo que me é comum desde os idos tempos de infância, a insônia. No cotidiano a insônia se apresenta de forma corriqueira, enquanto na ação performática ela potencializa o estado e os efeitos deste acontecimento. A performance, como a arte do corpo, me possibilita experienciar este estado não como privação, mas como lugar de conhecimento.

O ininterrupto gotejamento é que se configura como lugar aflitivo e não a dor física causada com o passar do tempo. Essa sonoridade que ecoa dentro da caixa craniana causa uma sensação de ausência quando as gotas cessam; o corpo se sente vazio daquele som e daquele ritmo.

A relação que se configura no momento insone é que ele manipula a mente, é um estado de letargia no qual você está submetido contra sua vontade. Essa ação performática subverte esta relação. Eu, aqui, manipulo, através do tempo e da ação, esse momento insone, sendo ele o objeto e eu o sujeito. O tempo amplifica as sensações e me confere o domínio deste lugar ao qual me proponho.

Concepção Geral e Intérprete Criadora: Pam Guimarães.

 

Dia 15 de novembro

Millane Hora lança CD

Na terça (15) dia do aniversário do Teatro Deodoro, o centenário palco de Alagoas receberá a partir das 20h o espetáculo “Vent Vert” de Millane Hora, lançando seu primeiro CD que contará com a presença do produtor musical do CD, Roger Henri e de PH Castanheira, ambos produtores musicais da Rede Globo. O álbum, gravado nos últimos três meses no Rio de Janeiro, no Studio Yahoo BR Plus, traz músicas inéditas e algumas canções já conhecidas, mas totalmente rearranjadas. Vent Vert vem se juntar ao trabalho autoral de cantores alagoanos na MPB. Com influências sonoras de décadas passadas, “o som moderno se uniu a toques retrô”, como bem definiu o diretor musical Roger Henri. O espetáculo começa às 20h e os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)

Informações: Carla Tavares (82) 9903-5501

Serviço:

101 anos do Teatro Deodoro

Realização: Governo de Alagoas / Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL)

Informações: (82) 3315-5665 / 3315-5656 - www.teatrodeodoro.al.gov.br

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