O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL), Gilberto Irineu, solicitou à promotora Karla Padilha, informações sobre 28 inquéritos que apuram assassinatos ocorridos entre 2009 e setembro deste ano. Além disso, Irineu pediu que o Ministério Público (MP)  cobre do novo delegado da cidade, Eraldo Brasil, dados sobre cada assassinato na cidade nesse período. De acordo com ele, Karla Padilha se comprometeu em atender todas as demandas da OAB.

Irineu colocou que o número de homicídios em uma cidade tão pequena chamou a atenção da OAB, que encaminhou ao Ministério Público um relatório detalhado sobre os crimes. Segundo o documento, as vítimas foram 24 homens e quatro mulheres e a maioria das armas utilizadas foi de espingardas calibre 12 e revólveres calibre 38. O tipo de armamento é o mesmo apreendido durante a Operação Tabanga, deflagrada no último dia 20, pelas Polícias Federal, Civil e Militar, em Traipu.

“Queremos saber se essas armas foram utlizadas nesses crimes, já que é o mesmo tipo de arma. São informações assim que podem ajudar na elucidação desses crimes. Na operação foi preso um policial e houve essa grande apreensão de armas, um verdadeiro arsenal, logo depois o delegado da cidade foi afastado. Precisamos de informações sobre tudo isso”, disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AL.

Indagado se a Comissão já acompanhava a situação da cidade de Traipu, Irineu afirmou que a cidade havia chamado a atenção pelo alto índice de desnutrição infantil. “A gente verificava essa situação lá e com esse suposto desvio de R$ 8 milhões de verbas federais, voltamos novamente as atenções para a região”, finalizou.