Em meio à paralisação das atividades em Institutos Federais, incluindo o Estado de Alagoas, quem recebeu destaque foi a unidade de Murici, por conta de uma Carta assinada por vários funcionários e professores e que foi entregue ao Ministério da Educação, em Brasília.
A “Carta de Murici” - como ficou conhecida - traz vários pontos de denúncias e consta no boletim número 9 da greve nacional. Percebe-se – levando-se em conta o que colocam funcionários e professores – o descaso com a unidade do Instituto Federal de Alagoas.
De acordo com o novo boletim, os professores e demais funcionários – em todo território nacional - vão intensificar a greve nas ruas e acusam o Governo Federal de intransigência. No que diz respeito à localidade de Murici, a levar em consideração a Carta, a unidade do Instituto Federal de Alagoas tem graves problemas, inclusive por sequer funcionar em canto próprio, mas em conjunto com uma escola da rede municipal. Para se ter ideia, os professores sequer possuem banheiro, dentre outras condições insalubres de trabalho.
Foi uma luta política – que teve o dedo de peemedebistas, por ser em Murici, evidentemente – para levar o Instituto Federal de Alagoas para a cidade. É claro, a importância deste para o desenvolvimento da região – não apenas da cidade em questão – é inegável. Ter o IFAL é uma conquista louvável para qualquer município de Alagoas.
Os problemas enfrentados são de responsabilidade do Governo Federal. Mas, levando-se em consideração a força política do “homem de Murici”, a situação poderia estar bem melhor do que a atual, pelo que é possível observar no documento entregue ao MEC.
O Comando Nacional de Greve pretende levar a Carta de Murici aos nove deputados federais, dentre os quais se encontra o ex-prefeito da cidade e atual parlamentar Renan Filho (PMDB). Será que ajuda? A maioria dos estudantes, dos servidores e professores esperam que sim!
O documento é subdivido em tópicos. No primeiro ponto, se retrata as condições insalubres de trabalho, como falta de banheiros. A carta relata ainda o caso do professor que teve que pagar R$ 17 em um motel da cidade só para realizar as suas necessidades fisiológicas, já que não tinha banheiros na escola, ou estes estavam sem funcionar. Parece piada, mas não é! Ressalta-se também a falta de água e a carga horária dos educadores, além da falta de alimentação para os alunos.
No segundo tópico, são relatados os problemas estruturais sérios do prédio. Inconstância da energia elétrica e falta de materiais; não há condições de aulas práticas, segundo a Carta de Murici; a inexistência de espaço para uma biblioteca e de lugar para Educação Física dos alunos. No campo das restrições, frisa-se a impossibilidade de melhoras no Campus.
Os representantes do IFAL de Murici – dentro do Comando Nacional de Greve – buscam uma interlocução com a bancada federal. Não se busca apenas melhoras para a unidade da cidade, que espera ações urgentes; mas sim o apoio destes para um diálogo mais amplo sobre a situação dos Institutos e suas unidades, já que se reconhece a importância da interiorização e universalização do ensino tecnológico do país.
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