A Operação Voucher foi desencadeada pela Polícia Federal em virtude dos desvios de verba pública, oriunda de emenda parlamentar, destinada à capacitação técnica de profissionais da área de turismo no estado do Amapá.
Dos quatro milhões de reais liberados, três milhões e cem mil foram desviados para os bolsos de alguém ou “alguéns”, cabendo dizer que os novecentos mil restantes não foram suficientes para cumprir o objetivo do projeto e, mais uma vez, um segmento da sociedade foi vítima da ação nociva dos ladrões de colarinho branco.
O fato ocorreu em 2009, mas a apuração criminal se deu de um tempo pra cá por conta da constatação das irregularidades pelas vias administrativas do Tribunal de Contas da União.
O que causou espanto foram as manifestações políticas atacando a Polícia, o Judiciário e o Ministério Público Federal, chegando-se ao absurdo de declarações vociferadas contra a inércia do Governo em não conter a ação policial.
O Governo não tinha de saber mesmo a respeito das minúcias da operação, exceto quanto ao desencadeamento e seus reflexos, pois o que se investigava era o braço podre de um de seus ministérios.
É por isso que defende-se uma polícia independente funcionalmente.
Mas voltando as indignações políticas, é vil o pensamento de quem diz que houve abuso pelo crime ter ocorrido em 2009 e o valor desviado ter sido de apenas três milhões.
Eles esqueceram que ladrão é quem rouba um centavo ou um milhão e a prescrição dessa modalidade delituosa é bem mais de dois anos.
Como não bastasse, estão questionando novamente o uso de algemas por parte da PF nos finos pulsos da gatunagem.
No fim das contas: o dinheiro foi roubado; ninguém foi capacitado e é capaz de sobrar bronca pro delegado...