Foi melhor do que as expectativas! O Brasil tinha como planejamento ficar na segunda colocação geral no 11º Campeonato Mundial de Basquete Master realizado em Natal de 24/06 a 3/07, porém, o país surpreendeu em várias categorias e foi o campeão geral no evento, que se encerrou neste domingo (3) na capital potiguar. O Brasil conseguiu sete títulos das categorias disputadas. A conquista geral foi bastante comemorada pelos brasileiros. O Brasil foi campeão nas categorias 30+ masculina, 40+ masculina, 50+ masculina, 30+ feminina, 35+ feminina, 55+ feminina e 60+ feminina. Resultados, estatísticas e informações sobre a competição, que pela primeira vez aconteceu no Brasil, podem ser encontrados no site: www.fimba.net .

O carismático técnico Paulista teve influência total nesse título. Ele ficou com a missão de treinar as equipes femininas do Brasil e convidou atletas de qualidade e ainda convenceu clubes a liberar atletas que estão em atividade, como Kátia e Fabiana Oliveira. "Foi muito importante a participação de atletas como Kátia, Fabiana Oliveira, Alessandra e também outras atletas que se dispuseram a disputar essa competição master, que foi tão importante para nós, por ser realizada no Brasil", comentou Paulista, que ainda deu a sua contribuição como jogador da categoria 70+, equipe que ficou com o vice-campeonato.

O último título conquistado pelo Brasil foi justamente o de uma equipe feminina. Na categoria 35+, o time comandado pela ex-atleta olímpica Alessandra venceu a Lituânia pelo placar de 76 a 54, em jogo realizado neste domingo (3) na AABB. "Essa competição teve um nível técnico mais alto do que eu esperava. Tínhamos muitos atletas que conhecem a realidade de grandes clubes e que também participaram da Seleção Brasileira em Olímpicos, como o próprio técnico Paulista, um dos grandes responsáveis pelos títulos brasileiros e que também já jogou em Olimpíadas", disse Alessandra, após a conquista do título.

Outro grande nome do basquete brasileiro que teve sucesso como técnico e jogador no Mundial de Basquete Master foi Carioquinha. Contundido na final, o seu time ficou em segundo lugar na decisão da categoria 60+. Mas, como técnico, a medalha conquistada foi a de ouro. Em uma festa de gala na noite deste sábado (2), com direito a transmissão do Sportv, a equipe brasileira da categoria 40+ conseguiu vencer a Itália pelo placar de 84 a 79 e fez a festa, para desespero dos italianos, que se revoltaram com a derrota e chegaram a tentar agredir os atletas do Brasil.

Alheios ao descontentamento dos adversários, os atletas brasileiros festejaram bastante ao lado da torcida que lotou o ginásio da IFRN. "Não tem o que falar, ginásio lotado, transmissão ao vivo e jogo contra a Itália, o clima foi o mesmo dos grandes campeonatos profissionais. Fiquei muito feliz com essa vitória. Pena que os italianos não sabem perder", declarou o atleta Fanta.

Natal aprovada

Além das vitórias conquistadas pelo Brasil, outro grande título foi o sucesso de Natal na realização desse evento. A cidade foi aprovada pelos cerca de 4.000 turistas, por conta de diversos itens, como hospitalidade do povo, estrutura dos hotéis, diversidade turística e organização total do evento. O presidente da Federação Brasileira de Basquete Master, o potiguar Carlos Galvão, se diz bastante realizado com o sucesso desse evento, em sua terra natal. "Quando pensei em trazer o evento para o Brasil, sempre pensei em realizá-la em Natal. Muitas forças foram contrárias, mas nós conseguimos provar o valor dessa cidade maravilhosa", declarou Galvão.

Segundo ele, o evento em Natal foi também uma prova de que a cidade tem potencial para fazer uma grande festa na Copa do Mundo de 2014. "Esse foi um laboratório para Copa do Mundo. Os turistas ficaram encantados com a cidade, que agradou em todos os critérios e tem potencial para realizar qualquer grave evento esportivo", salientou o gestor. Uma prova do sucesso conseguido é a declaração positiva dada pelo presidente da International Maxibasketball Federation (FIMBA), sobre a capital potiguar. "É uma cidade maravilhosa, um verdadeiro paraíso. A escolha por essa cidade foi excepcional", resume Rubém Lamas.

O presidente da Federação Norte-riograndense de Basquete, Raul Ferrer, espera que seja deixado um grande legado para a modalidade no Rio Grande do Norte, depois da realização desse grande evento. "Natal respirou basquete. Prova disso, foram os ginásios lotados e a cobertura intensiva da mídia. Temos certeza de que o basquete será visto agora com outros olhos. O esporte tem tudo para se desenvolver e ganhar mais apoio no estado, depois que foi comprovado o potencial desse esporte no Mundial", declarou Raul.

Além do apoio do Governo do Estado e da Prefeitura de Natal, o Mundial contará com a parceria da Eletrobrás, Unimed Natal, a agência de viagens Aerotur, Ocean Palace, curso de idiomas CCAA, Sesi/Fiern, Sesc, Guaraná Antártica e Cooper Táxi que colocará à disposição táxis com central telefônica especial com atendentes bilíngües e GPS em todos os veículos. O 11º Mundial de Basquetebol Master aconteceu entre os dias 24 de junho e 3 de julho. Cerca de 4.000 turistas estiveram na cidade nesse período.

Gerson: o vencedor brasileiro Master

Um dos maiores astros do basquete brasileiro segue invicto no master. Em seu quinto mundial, o jogador Gerson conquistou o penta-campeonato do Mundial de Basquete Master, na final da categoria 50+ masculina, contra a Itália, em que o Brasil venceu pelo placar de 73 a 54. A partida foi realizada neste sábado (2), no ginásio da AABB em Natal. Gerson foi uma das estrelas do Pan de 87, em que o Brasil foi campeão em final realizada nos Estados Unidos contra os norte-americanos. 24 anos depois, o jogador segue brilhando nas quadras. O gigante foi um show a parte na partida. Ele conseguiu dá duas enterradas e ainda acertou cestas de três pontos, sendo aplaudido de pé pela torcida local.

"Esse é o primeiro Mundial em que é realizado no Brasil e, por isso, vai ficar guardado todos os momentos no coração. É muito bom defender a Seleção Brasileira em casa e ter o reconhecimento do público", declarou Gerson. A partida final não foi considerada fácil. A Itália abriu boa vantagem no início do primeiro quarto e chegou a preocupar a torcida brasileira. A partir daí, o Brasil passou a arremessar cestas de três, até conseguir virar o placar, abrir vantagem e não ser alcançado novamente. "A gente tirou forças de onde não tínhamos. Nos esforçamos ao máximo, para não deixar um visitante conquistar esse título no Brasil", disse o jogador.

Gerson não era a única grande estrela no Mundial de Basquete Master. A equipe contava ainda com Israel, outro astro do Pan de 87. Israel também considerou a partida bastante complicada. "Eu atuei na Itália por oito anos e sei a qualidade do basquete deles. A boa participação deles não foi uma grande surpresa. O nosso time venceu, na verdade, porque já temos um entrosamento de outros mundiais que participamos", salientou Israel.

Campeões olímpicos fazem a festa

A Rússia confirmou o status de favorita na categoria 60+ e conquistou o título, com vitória sobre o Brasil, pelo placar de 73 a 54. O time campeão contou com o trio Avdeev, Petrakov e Sakharnov, que foram campeões olímpicos de 1972. No time brasileiro, os principais nomes eram Carioquinha e Jóia, que já foram diversas vezes convocados para a Seleção Brasileira. Os dois jogadores, porém, estavam machucados, o que facilitou a vida dos russos. "O time depende da movimentação do Carioquinha e com a contusão dele, que estava com problema no tendão, nosso time teve dificuldades e ficou muito lento", declarou Carlos Galvão, que joga na equipe 60+ e é o presidente da Federação Brasileira de Basquete Master.

O próprio Carioquinha reconhece que a sua lesão dificultou o desenvolvimento técnico da equipe brasileira. "Não quero desmerecer o título da Rússia, pois eles eram realmente os favoritos. Só que nosso time poderia ter mais velocidade e dificultar a partida, ficando com chances até mesmo de conquistar o título", declarou Carioquinha.

Brasil perde duas finais em jogos dramáticos

O Campeonato é de masters e todos dizem que o placar não é o mais importante, mas, pelo menos duas partidas deixaram um gosto amargo nos brasileiros. O Brasil perdeu para Argentina pelo placar de 92 a 87 na categoria 35+ masculina e foi derrotada pela Lituânia pelo placar de 54 a 49 na categoria 50+ feminina. A Argentina abriu o placar e chegou a alcançar uma vantagem de dez pontos sobre a equipe brasileira. Porém, o time comandado por Espiga e Mãozão conseguiu reagir e chegou a virar o placar. No final do confronto, aconteceram os lances mais tensos e, com apoio da torcida, os argentinos conseguiram a vantagem de cinco pontos e garantiram o título, sobre o Brasil, que era bi-campeão mundial da categoria.

Os jogadores brasileiros encararam a derrota de forma distinta. Mãozão mostrou bastante chateação ao final do confronto. "Ninguém gosta de perder, ainda mais nas circunstâncias que foram. Já que estamos jogando na nossa casa e tínhamos total apoio da torcida. Fico muito triste", disse Mãozão. Já Espiga afirma que, como se trata de uma competição máster, o título não é o mais importante. "Estamos aqui para uma grande confraternização. Deixamos a carreira profissional, justamente para não se preocupar tanto assim com resultado. Então não tem porque se abater", disse.

Já no confronto da categoria 50+ feminina, o Brasil estava com domínio pleno da partida até o terceiro quarto. Com isso, as atletas se abateram com a virada no último quarto e choraram bastante. Outras duas categorias tiveram decisões realizadas na manhã deste sábado. Na categoria 55+ feminina, o Brasil venceu a Estônia pelo placar 62 a 30. Rejane e Márcia foram algumas das destaques do Brasil nesta partida. Já na categoria 70+ masculina, os Estados Unidos não deram chance para a Seleção Brasileira e conquistaram o título com o placar de 92 a 45 em partida realizada no ginásio do Auxiliadora. Outra seleção que sai de Natal com medalha de ouro é a Lituânia. O time do Leste Europeu conseguiu vitória sobre a República Dominicana pelo placar de 91 a 64.