A miséria em Alagoas e a gargalhada do poder econômico.

18/05/2011 17:23 - Raízes da África
Por Arísia Barros


Os milhares de esfomeados que habitam os territórios da miséria alagoana têm pressa.
A pressa da dignidade roubada tornando-nos dessemelhantes e desiguais.
Alagoas pede mais do que piedade e filantropia. Exige a construção da cidadania a partir do livre trânsito dos direitos sociais. Equidade!
Educação não é uma chave única, entretanto abre porteiras de possibilidades, intrumentaliza pessoas para ir além. Educação cria consciências: eu quero e eu posso!
O conhecimento liberta!
Quanto custa a liberdade do povo na República dos Marechais?
O povo do estado nordestino grafado no mapa político do Brasil, pela invisibilidade de ações afirmativas e continuadas tem a pressa da cidadania, sem o forçado levantamento de bandeiras, por "vinte conto".
Os milhares de miseráveis despolitizados das enchentes que experimentam um calor cotidiano e rotineiro de 55% graus centígrados, embaixo de barracas-moradias assistem a mais um novo programa para resolver a miséria secular alimentada pela desigualdade plantada desde a passagem dos colonizadores.
A alagoniedade tem a pressa de romper com a intolerância institucionalizada que produz o escravismo contemporâneo do sangue jorrado nas ruelas da favelização humana.
A miséria em Alagoas é como uma hemorragia intermitente que mais do que tampão, exige a intervenção de políticas públicas consistentes para acabar com o jogo do perde e ganha, sem o foco em 2012.
A indigência dos muitos pobres, descendentes de Palmares, carece bem mais do que a política midiática do faz-de-conta e cabe ao povo despertar abruptamente da cômoda letargia de que “está tudo bem”.
Enquanto isso o homem branco, com grande poder econômico e dono do território explode em fartas gargalhadas como demonstração da dominação colonialista.
O povo atado as grilhões da impossibilidade espera.
Apesar da pressa!
Até quando?
Como bem o disse o filósofo francês Joseph-Marie Maistre , em 1753:”Cada povo tem o governo que merece”.
 

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