O presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (ASSOMAL), major Wellington Fragoso, respondeu com duras críticas o decreto do governador Teotonio Vilela, que, através de nota divulgada pela Secretaria de Estado da Comunicação, “determinou apuração e punição de vandalismo em Maceió” referente ao protesto em frente a Assembleia Legislativa realizado na noite de ontem.
O major da PM Fragoso, em entrevista hoje à tarde na Rádio Gazeta, afirmou que o "governo tem que parar de passar à população a imagem de que está tudo bem no Estado" e acrescentou dizendo que a onda de greves em Alagoas é decorrente do descumprimento de medidas judiciais referentes a correção dos vencimentos dos servidores. “A assessoria de imprensa do governo está fazendo o seu papel, tem que defender a gestão com unhas e dentes, passa uma imagem que não existe e acaba mentindo para a população”, disse.
“Somos trabalhadores honestos e dignos, mas a paciência tem limites. O governador tem que lembrar que vandalismo é não cumprir a lei. É não respeitar a constituição. Estamos em protesto, mas temos decisões judicias ao nosso favor que não estão sendo cumpridas pelo Estado”, afirmou o presidente da ASSOMAL.
De acordo com o major Fragoso, a "situação tende a ficar pior se o governo não acenar positivamente com uma proposta viável tanto para o Estado quanto para os servidores". “Tudo que acontecer de agora em diante é de responsabilidade deles (Governo). Eles estão com o termômetro”, diz o major.
Sobre a partida entre as seleções de futebol feminina do Brasil e Chile, na tarde deste sábado (14), no Estádio Rei Pelé, o presidente da ASSOMAL revelou que a realização pode estar “ameaçada”. “Foi publicado no Diário Oficial que o Governo destinou R$ 280 mil para este jogo. Com todo este valor, a entrada será gratuita? Foram gastos com quê? Quem tem que arcar com jogos da seleção é a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Paramos o aeroporto hoje, quem dirá um simples jogo”, afirmou.
Ao fim da entrevista, major Wellington Fragoso disse estar esperando uma resposta do governo sobre o descumprimento das decisões judiciais. “Desafio ele (Teotonio Vilela) ou qualquer um de sua equipe a vir à imprensa e dizer que estamos mentindo. Eu quero que ele diga que estamos mentido, que não há decisão favorável a correção dos vencimentos dos servidores. Se ele disser, a gente para o movimento e deixa tudo ao Deus dará”, concluiu.