Policiais Militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram denunciados na Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL) por uma ação truculenta contra o autônomo Tarcísio Alex Araújo Mendes, 36 anos. O fato aconteceu, no último domingo (08), numa casa de festas, localizada no Conjunto Clima Bom II, no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió.

Duas guarnições do Bope chegaram ao salão de festas, onde havia a comemoração do aniversário de um amigo da vítima. Segundo o autônomo, no local havia pelo menos 30 pessoas que participavam da festa e foram surpreendidas pela abordagem dos militares.

“Estávamos na festa e por volta das 22hs os policiais entraram no local pedindo que desligássemos o som. Eles já invadiram, mandando ficarmos de costas, com as mãos levantadas na parede. Os policiais jogaram bomba de gás e foi uma correria. Tinham crianças, gestantes, idosos. Todos ficaram assustados”, descreveu o autônomo.

Tarcísio disse ainda que a alegação dos militares é de que teriam recebido uma denúncia de que havia drogas e armas, dentro de uma caixa de som e que estariam no local para investigar. Diante da atitude da polícia, um tio da vítima, que também é policial, se identificou pedindo para que tivessem calma, mas foi ignorado.

“Eles perguntaram se meu tio estava armado e que entregasse a arma. Quando meu tio questionou a postura da guarnição, afirmando que a conduta que eles estavam adotando estava errada, os militares do Bope o renderam, jogaram-no ao chão”, relatou Tarcísio, que neste momento foi atingido por um tiro de borracha de uma espingarda calibre 12, deflagrado pelos militares.

Tanto Tarcísio como o tio foram levados pelos policiais. Como é militar, o tio da vítima foi levado para o quartel e continua retido no 5º Batalhão da Polícia Militar. Já o autônomo foi levado à Central de Polícia, onde foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), por desacato a autoridade.

A vítima disse ao CadaMinuto que a guarnição do Bope estava sob o comando do 1º Tenente Carlos Alberto. Ele já esteve na Corregedoria da Polícia Militar denunciando o caso. Já a Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL deverá encaminhar o caso para o Conselho Estadual de Segurança.