Imagine a situação, um clube de futebol tem os direitos federativos (contrato vigente) de um atleta e a maior parte de seus direitos econômicos (passe do atleta), recebe uma proposta irrecusável e ao fazer o negócio é pressionado pelo presidente da federação na qual seu time é filiado para que faça outro negócio no qual ele prejudica a sua equipe e ajuda o empresário que detém uma parte menor do atleta, e que seria o próprio presidente da Federação.
O pior é que é exatamente isto que está acontecendo no futebol alagoano, o time em questão é o ASA que finaliza na manhã de hoje a venda para o Grêmio de 55% do passe de Junior Viçosa ( o clube detém 60%) em uma operação que irá render R$ 1,250.000,00 em dinheiro e R$ 250.000,00 em crédito de jogadores.
A venda do atleta começa com um empréstimo onde o Grêmio paga três parcelas de R$ 250 mil e ao fim de dezembro repassa os outros R$ 500 mil e só aí os direitos federativos do atleta são repassados ao clube gaúcho.
O Cadaminuto ouviu três especialistas no mercado e todos foram unânimes em dizer que a negociação foi excelente para o time alvinegro, pois o preço é irrecusável, as parcelas estão garantidas já que o Grêmio só terá o atleta quando honrar todo o pagamento e o ASA ainda fica com 5% do atleta caso ele “estoure” e seja vendido para a Europa.
A negociação foi toda conduzida em sigilo e após ela ser sacramentada descobriu-se como as coisas funcionam nos bastidores do futebol alagoano, os 40% restantes de Junior Viçosa que pertenceriam ao Igaci, na verdade foram comprados pelos empresários Edson Bezerra e o próprio Gustavo Feijó junto com seu irmão e antigo desafeto João Feijó, presidente do Corinthians-AL.
O Cadaminuto apurou que Gustavo Feijó, assim que soube da negociação foi para Arapiraca junto com seu irmão e o empresário arapiraquense para pressionar o presidente José da Danco para desfazer o negócio e vender 100% do atleta ao Palmeiras em uma negociação que beneficiaria apenas os “empresários”
O presidente do ASA não cedeu as pressões e como o clube arapiraquense tem a maioria dos direitos econômicos e federativos do atleta, além de ter contrato em vigência com o atleta até 2014 nada restou aos “empresários” a não ser plantar na imprensa notícias de que a negociação estaria “melada”.
Logo depois da reunião entre Gustavo e Edson com José da Danco uma empresa carioca que teria tentado comprar Junior Viçosa este ano apareceu dizendo ter um contrato de preferência na compra do atleta.
Até agora o único documento apresentado pela empresa foi o de uma contra-proposta do ASA, que não é assinada pelo presidente José da Danco, a uma suposta abordagem ao atleta alvinegro no valor de R$ 700 mil pela parte do ASA.
A empresa ainda divulgou notícias de que o atleta Ciel, dispensado pelo ASA após ter chegado duas vezes embriagado a concentração alvinegra teria que voltar ao time.
Em relação a este caso a diretoria do ASA disse que o caso está encerrado e soltou uma nota esclarecendo o assunto.
O atleta assinou um acordo com o clube e descumpriu devido seu ato de mau comportamento.
“Se não tiver a casa organizada, honrando e sempre responsável, nenhum time vai a frente. Não demitimos o Ciel, ele mesmo se demitiu, com suas ações. O atleta tem obrigação dele de ter um comportamento ético. O ASA não pode permitir que venha aqui e queira ser melhor que os colegas”.
Apesar de toda a pressão o atacante Junior Viçosa assina hoje contrato de três meses de empréstimo com o Grêmio e o ASA promete usar o dinheiro da venda do atleta para enfim construir seu Centro de Treinamento.