Desespero leva mãe trancar filho de dez anos em quarto com cadeado

08/02/2010 06:04 - Interior
Por Redação
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Sexta-feira, 05 de fevereiro, chega à redação do site SãoMiguelWeb a informação que Conselho Tutelar do município havia flagrado uma mãe que vinha mantendo seu filho de dez anos de idade trancado em um quarto de sua residência a cadeado.

Apesar do rápido trabalho do CT miguelense, chegamos a tempo de fotografar o local onde o menor J.V.A.S. vinha sendo mantido trancado pela mãe.

Segundo versão do tio de J.V.A.S. Genival Alexandre, que fez a denúncia, a mãe, Adriana Alexandre, que tem outra filha menor de três anos, também mantinha a crianças nas mesmas condições. “A noite ela prende a menina junto com o menino ai no quarto”, contou Genival.

No primeiro momento o caso seria simples e rápido de se resolver. “Aparentemente era um caso simples de se resolver. Chamaríamos a polícia, arrombaria a porta e levaríamos o garoto”, esclarece o conselheiro Ivanildo Marques. Ainda segundo Marques, a genitora seria notifica através de um Termo de Advertência, pela barbaridade cometida.

Após os primeiros levantamentos o caso tomou outros rumos. Ao ser informada da presença do CT e da imprensa em sua residência Adriana chegou ao local. Atônita, e sem saber exatamente o que estava acontecendo à acusada informou a nossa reportagem que estava trabalhando. “Trabalho em casa de família pra sustentar meus filhos, o que eu fiz?”, perguntava.

Ao ser esclarecido o motivo da presença do Conselho no local, Adriana aos prantos abriu a porta do quarto. Para surpresa de todos não se trava de um quarto, o local era a ‘sub-casa’ da acusada. Fogão e televisão se misturavam a colchões e roupas no pequeno cubículo. “Eu moro aqui dentro, eu e meus filhos”, falava mostrando seus pertences.

Adriana trabalha em casa de família a anos e tem um salário de R$ 200,00 mês, o que a impossibilita de pagar aluguel. “O dinheiro que ganho mal dá pra comer, sou obrigada a dividir a casa com meus três irmãos”, relatava. Adriana contou que a residência é uma herança de seus pais e que não poderia sair do local para não perder seu direito no imóvel.

A acusada junto com os filhos foi encaminhada ao CT para prestar esclarecimentos. “Foi ai que vieram mais surpresas, o irmão mais novo, que já passa dos 40 anos de idade é deficiente físico e os demais são usuários de drogas”, esclarece à conselheira Lusimar. Ao se explicar sobre o motivo que a levou a trancar os filhos, a mãe relatou entre lagrimas que os irmãos estariam, durante sua ausência, consumindo drogas na presença das crianças. “Não justifica, mas podemos ver que foi uma atitude de desespero, imaturamente ela trancou as crianças para ‘os proteger’.”, fala Ivanildo. Adriana disse não ter condições de pagar uma pessoa pra cuidar dos filhos e que não fez isso por maldade, mas tinha outra opção.

Apesar das precárias condições financeiras, foi possível notar no olhar das crianças o amor nutrido pela mãe. O menor chegou a dizer que a mãe não o maltratava.

Durante o desenrolar do caso foi possível constatar que a intenção do tio que fez a denúncia não era de ajudar os sobrinhos, mas de, através do Conselho Tutelar prejudicar a irmã, que na noite anterior ao acontecido teria recolhido ao quarto o único fogão existe na residência. “Ele ficou com raiva porque eu tirei o fogão da cozinha da casa, eles nem o gás querem comprar, todo dinheiro que pegam é pra tomar cachaça e comprar drogas”, finalizou a acusada.

Adriana contou a reportagem do site SãoMiguelWeb que seu irmão deficiente já teria tentador abusar de sua filha, quando menor ainda tinha 2 ano e disse ainda ter medo, pois o irmão que a denunciou, há poucos dias sob o efeito de drogas tentou a espancá-la e aos filhos, fato que foi confirmado pelo menor que estava trancado no quarto.

Adriana foi advertida e o Conselho Tutelar de São Miguel dos Campos está providenciando exames para demais esclarecimentos.

Por incrível que possa parecer, fatos semelhantes a este são enfrentados quase que diariamente pelos conselheiros de São Miguel.

O caso está sendo acompanhado pelos conselheiros Ivanildo Marques, Lusimar e Magally.

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