O presidente da Câmara Municipal de Maceió, vereador Chico Filho (PL), publicou uma portaria determinando o afastamento cautelar do vereador Siderlane Mendonça (PL) e de servidores comissionados vinculados ao gabinete dele, em cumprimento à decisão da Justiça Eleitoral que impôs medidas restritivas aos investigados na Operação Falácia, deflagrada pela Polícia Federal na semana passada.

Conforme a portaria de nº 0775/2025, publicada no Diário Oficial do Município, nesta terça-feira (29) os servidores e o parlamentar estão proibidos de acessar as dependências da Casa Legislativa. Também foi vedado qualquer tipo de contato — pessoal, telefônico ou indireto — entre os investigados e os demais funcionários da Câmara.

A decisão judicial que embasa a portaria foi proferida pela 1ª Zona Eleitoral de Maceió, no âmbito de uma ação criminal que estabeleceu uma série de medidas cautelares diversas da prisão. O conteúdo da decisão segue sob sigilo, mas envolve suspeitas de irregularidades no exercício do mandato e no uso de cargos comissionados.

“Cumprir a determinação a decisão judicial da proferida pelo Juízo da Juízo Eleitoral da 001ª Zona Eleitoral de Maceió-AL, nos autos da cautelar inominada criminal nº 0600009-08.2025.6.02.0054, e proceder o afastamento cautelar de suas funções e atividades no âmbito da Câmara Municipal de Maceió-AL do Vereador e dos Servidores mencionados na decisão judicial, a partir desta data, enquanto perdurar a determinação do juízo eleitoral”, destaca trecho da publicação. 

LEIA MAIS

Câmara Municipal não dará posse a suplente de Siderlane: "Afastamento não implica posse imediata"

Veja quem pode assumir vaga de Siderlane Mendonça após afastamento da Câmara de Maceió

Posse de Caio Bebeto na vaga de Siderlane virou embate "jurídico" na Câmara

Operação Falácia

Durante a operação, policiais federais cumpriram na última sexta-feira (25), 21 mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça Eleitoral de Maceió, nas cidades de Maceió e Rio Largo. 

Além disso, estão foram executadas 17 medidas cautelares diversas da prisão, como o afastamento do cargo de um vereador, suspeito de liderar o grupo, e o bloqueio de bens em valores superiores a R$ 200 mil reais. 

Em nota, a Câmara Municipal de Maceió chegou a se pronunciar e informou que as diligências realizadas pela Polícia Federal foram exclusivas no gabinete de Siderlane e que a investigação trata do pleito eleitoral de 2020. Confira a nota na íntegra: 

“A Câmara Municipal de Maceió informa que, em cumprimento a mandado expedido pela Justiça Eleitoral, a Polícia Federal realizou diligência na manhã desta sexta-feira (25), exclusivamente no gabinete de um único vereador, sendo a investigação relacionada ao pleito eleitoral de 2020.

É importante destacar que o objeto da apuração não possui relação com a atividade parlamentar nem com a rotina legislativa da Casa.

A Câmara reafirma seu compromisso com a transparência e o respeito às determinações do Poder Judiciário, atuando também na proteção das prerrogativas parlamentares e assegurando o pleno funcionamento do Legislativo.

Reiteramos, por fim, nosso respeito incondicional às decisões judiciais e às instituições envolvidas, colocando-nos à disposição para colaborar com as autoridades competentes no que for necessário.”