Apesar da queda na produção agrícola, o desempenho industrial surpreendeu positivamente

O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Alagoas (Sindaçúcar-AL) divulgou nesta semana o boletim final da safra de cana 2024/2025, encerrada oficialmente no início de abril. O ciclo registrou uma moagem total de 17,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, o que representa uma retração de 9,8% em relação à safra anterior (2023/2024), quando o Estado alcançou a marca de 19,3 milhões de toneladas.

Apesar da queda na produção agrícola, o desempenho industrial surpreendeu positivamente. Com maior teor de sacarose na matéria-prima, a produção de açúcar cresceu e chegou a 1,6 milhão de toneladas — 100 mil toneladas a mais do que o registrado no ciclo anterior. O aumento é atribuído ao maior rendimento industrial da cana, reflexo direto do clima mais seco que favoreceu a concentração de açúcares, segundo avaliação do setor.

Em contrapartida, a produção de etanol sofreu uma leve retração. A safra 2024/2025 fechou com 404 milhões de litros produzidos, frente aos 454 milhões de litros registrados no ciclo anterior.

O impacto financeiro da safra para a economia alagoana é significativo. Estimativas feitas pelo Blog do Edivaldo Júnior apontam que o faturamento do setor sucroenergético ultrapassou R$ 6 bilhões. A receita foi impulsionada principalmente pelo açúcar, que registrou preços médios de R$ 149,64 por saca em março deste ano. Considerando o volume total de açúcar produzido, o segmento gerou aproximadamente R$ 4,8 bilhões. Já o etanol, comercializado a um preço médio de R$ 2,91 por litro, movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão.

A safra 2024/2025 operou com 17 unidades industriais ativas e teve início em agosto de 2024. A expectativa inicial do setor era de uma moagem de 20,8 milhões de toneladas, mas a estiagem que afetou o Estado nos últimos meses de 2024 — especialmente entre setembro e dezembro — comprometeu o desenvolvimento da lavoura.

Mesmo diante desse cenário climático adverso, o setor reafirma sua importância estratégica para a economia alagoana. A cadeia produtiva da cana-de-açúcar segue como uma das principais fontes de receita, emprego e desenvolvimento regional, com perspectivas de manter esse protagonismo nas próximas safras.