O julgamento do assassinato da jovem Roberta Costa Dias continua nesta quinta-feira (24), com o depoimento das testemunhas de defesa e o interrogatório dos dois réus acusados do crime. Mary Jane Araújo Santos e Karlo Bruno Pereira Tavares, conhecido como “Bruninho”, respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, aborto provocado por terceiro, ocultação de cadáver e corrupção de menores.
No primeiro dia do júri, foram ouvidas as oito testemunhas de acusação. Em seguida, dia 24, será a vez dos depoimentos das testemunhas de defesa e, na sequência, o interrogatório dos réus. Os debates ocorrerão no dia 25. Acusação e defesa terão, cada um, duas horas e meia e fala, com a possibilidade de irem à réplica e tréplica.
Veja a acusação do MP
Representando o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) na acusação, estará o promotor de Justiça Sitael Jones Lemos, da 4ª Promotoria de Justiça de Penedo — o mesmo responsável pela denúncia apresentada em 2018.
Os dois réus respondem por homicídio triplamente qualificado, com as seguintes agravantes: motivo torpe — por não aceitarem a gravidez da vítima e planejarem sua morte; meio cruel — por asfixia; e impossibilidade de defesa por parte da vítima. Também foram denunciados por aborto provocado por terceiro, tipificação aplicada quando a interrupção da gestação é causada por alguém que não a gestante.
Além disso, os acusados enfrentam acusações por ocultação de cadáver e corrupção de menores, uma vez que envolveram o adolescente Saullo na execução do crime.
Por ser menor de idade à época dos fatos, Saullo não foi denunciado criminalmente, tendo sido responsabilizado por meio de representação na Vara da Infância e da Juventude.
Relembre o caso
Roberta Costa Dias desapareceu em abril de 2012, quando tinha 18 anos, grávida de três meses. Ela foi assassinada pós se recusar a fazer um aborto, a denúncia aponta que Mary Jane, mãe do namorado da vítima, articulou o crime, que teria sido executado com a participação de Karlo Bruno e de um adolescente, então companheiro de Roberta.
A jovem foi atraída até uma rua próxima a um posto de saúde e morta por estrangulamento com um fio automotivo. O corpo foi ocultado e a ossada só foi encontrada nove anos depois, na Praia do Pontal do Peba, em Piaçabuçu.