O excesso de confiança é traiçoeiro. Ele mascara a realidade, embriaga o senso crítico e transforma a autopercepção em uma distorção perigosa. Quando alguém acredita demais em si mesmo a ponto de ignorar conselhos, ou subestimar riscos, o tombo não é só provável — é inevitável.
A autoconfiança é necessária, claro. Mas quando ultrapassa a linha do equilíbrio, vira soberba. E soberba é um inimigo silencioso: te convence de que você já chegou onde precisava, que ninguém pode te ensinar mais nada, que tudo ao redor é menor do que você. É nesse ponto que se começa a errar feio — não por falta de capacidade, mas por excesso de vaidade.
Empresas quebram, governos caem, carreiras desmoronam, relações se rompem… não por incompetência, mas por arrogância. Gente boa, talentosa, mas que passou a acreditar que era intocável. Que se olhou no espelho grande demais e não enxergou os próprios erros. Que confundiu aplauso com imunidade.
Cuidado. O excesso de confiança é confortável, mas não é sustentável. Não se cresce pisando em certezas absolutas. Cresce quem duvida, quem escuta, quem se permite aprender — sempre. Afinal, ninguém é tão bom que não possa tropeçar. E ninguém é tão grande que não precise olhar para o chão de vez em quando.