Em relação a matéria no site do “Cadaminuto’’, publicada no dia 17 de abril de 2025, com o título: “Trabalhadores da Casal protestam tarde demais contra a entrega da empresa ao setor privado”, o Sindicato dos Urbanitários de Alagoas afirma que o texto está eivado de equívocos, informações falsas e ilações, sendo, na verdade, instrumento de despolitização e desinformação da sociedade.

Os fatos verdadeiros relacionados ao conteúdo do texto estão na história de Alagoas, registradas nos veículos de comunicação, instituições publicas e demais meios que registraram a luta do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas contra a privatização da água no Estado.

Desde o ano de 2015, o Sindicato dos Urbanitários de Alagoas tem protagonizado uma intensa e incansável luta contra a privatização da água e das empresas de saneamento do Estado. Atuando em defesa do direito ao acesso universal à água, o sindicato mobiliza trabalhadores, sociedade civil e entidades sociais para impedir que esse bem essencial à vida seja transformado em mercadoria.

A mobilização teve início diante das primeiras sinalizações do governo estadual sobre a intenção de conceder à iniciativa privada os serviços de abastecimento e saneamento. De lá para cá, o sindicato tem sido firme em sua resistência. Ao longo dos anos, organizou dezenas de protestos, audiências públicas, assembleias e campanhas de conscientização junto à população alagoana.

Em 2017, por exemplo, o sindicato realizou um grande ato público em frente à sede da Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), reunindo trabalhadores do setor e movimentos sociais com o lema "Água é direito, não mercadoria!". O evento teve ampla repercussão na mídia local e consolidou a posição do sindicato como uma das principais vozes contra a privatização.

Nos anos seguintes, o sindicato ampliou sua atuação, promovendo debates com especialistas em gestão pública da água, distribuindo materiais informativos à população e pressionando deputados estaduais e federais a se posicionarem contra a entrega do saneamento à iniciativa privada. Um dos marcos dessa mobilização foi a participação ativa na audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Alagoas em 2019, onde representantes do sindicato apresentaram estudos técnicos demonstrando os riscos sociais e econômicos da privatização.

Em 2020, com o avanço do novo marco legal do saneamento básico no Brasil (Lei nº14.026/2020), o sindicato intensificou sua mobilização. Lançou notas públicas, organizou protestos em frente ao Palácio República dos Palmares, e acionou o Ministério Público de Alagoas para investigar possíveis irregularidades no processo de concessão dos serviços da CASAL.

O sindicato também participou de articulações nacionais com outras entidades sindicais, como a FNU (Federação Nacional dos Urbanitários), fortalecendo o movimento em defesa da água pública em todo o país. Em 2021 e 2022, a entidade esteve à frente de manifestações populares em Maceió, Arapiraca e outras cidades do interior, denunciando os impactos já sentidos pela população nas regiões onde a água foi concedida à iniciativa privada: aumento de tarifas, redução de serviços e exclusão das comunidades mais vulneráveis.

Ao longo desses anos, o Sindicato dos Urbanitários de Alagoas também produziu uma série de documentos, dossiês e relatórios que foram entregues a órgãos como o Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública, detalhando os riscos da privatização e propondo alternativas públicas e sustentáveis para a gestão da água no Estado.

Os Urbanitários de Alagoas nunca se omitiram e jamais se omitirão diante da defesa dos seus princípios contra a privatização dos serviços essenciais, como água e energia, tendo por testemunhas a história do nosso Estado. Não é à toa que temos como lema ser um “Sindicato Cidadão”. A entidade sabe e, pratica, desde há muito, a diferença entre os interesses da população, da categoria e de partidos políticos, pagando um preço alto por entender e ser coerente com essa separação.

A luta continua, e o sindicato reafirma seu compromisso com a defesa da água como um bem comum, essencial à vida e à dignidade humana. Em tempos de crescentes ameaças aos direitos sociais, a resistência dos Urbanitários de Alagoas segue como um exemplo de coragem e responsabilidade com o povo alagoano.

Maceió, Abril de 2025