O julgamento dos acusados de assassinar a jovem Roberta Costa Dias tem início marcado para às 9h, desta quarta-feira (23) em Penedo, interior de Alagoas. O júri popular será realizado no Fórum da cidade e está previsto para durar três dias, se estendendo até a sexta-feira (25).
Os réus Mary Jane Araújo Santos e Karlo Bruno Pereira Tavares, conhecido como “Bruninho” respondem por homicídio triplamente qualificado, aborto provocado por terceiro, ocultação de cadáver e corrupção de menores. O julgamento será conduzido pelo juiz Lucas Dória, titular da 4ª Vara da Comarca de Penedo.
No primeiro dia do júri, 23, serão ouvidas as oito testemunhas de acusação. Em seguida, dia 24, será a vez dos depoimentos das testemunhas de defesa e, na sequência, o interrogatório dos réus. Os debates ocorrerão no dia 25. Acusação e defesa terão, cada um, duas horas e meia e fala, com a possibilidade de irem à réplica e tréplica.
Veja a acusação do MP
Representando o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) na acusação, estará o promotor de Justiça Sitael Jones Lemos, da 4ª Promotoria de Justiça de Penedo — o mesmo responsável pela denúncia apresentada em 2018.
Os dois réus respondem por homicídio triplamente qualificado, com as seguintes agravantes: motivo torpe — por não aceitarem a gravidez da vítima e planejarem sua morte; meio cruel — por asfixia; e impossibilidade de defesa por parte da vítima. Também foram denunciados por aborto provocado por terceiro, tipificação aplicada quando a interrupção da gestação é causada por alguém que não a gestante.
Além disso, os acusados enfrentam acusações por ocultação de cadáver e corrupção de menores, uma vez que envolveram o adolescente Saullo na execução do crime.
Por ser menor de idade à época dos fatos, Saullo não foi denunciado criminalmente, tendo sido responsabilizado por meio de representação na Vara da Infância e da Juventude.
Relembre o caso
Roberta Costa Dias desapareceu em abril de 2012, quando tinha 18 anos, grávida de três meses. Ela foi assassinada pós se recusar a fazer um aborto, a denúncia aponta que Mary Jane, mãe do namorado da vítima, articulou o crime, que teria sido executado com a participação de Karlo Bruno e de um adolescente, então companheiro de Roberta.
A jovem foi atraída até uma rua próxima a um posto de saúde e morta por estrangulamento com um fio automotivo. O corpo foi ocultado e a ossada só foi encontrada nove anos depois, na Praia do Pontal do Peba, em Piaçabuçu.