O educador e palestrante @fabioflores escreve sobre a gravidez ‘acidental’ de uma menina de 13 anos, na Escola onde estuda, cuja mensalidade custa 2 mil reais.
Permissividades?
Fábio escreve:
‘Não foi abuso de um adulto. Não foi um caso isolado.
Foi uma “brincadeira” entre adolescentes numa festa. Uma festa entre colegas de escola em um condomínio de luxo.
Brincadeira?
O nome é roleta-russa.
Funciona assim: os meninos ficam sentados, com o órgão ereto.
As meninas passam sentando neles, um por um.
Ganha quem for o último a conseguir evitar o “prazer”.
Sim, isso está acontecendo nas festas dos seus filhos.
Essa menina participou. Engravidou.
E não sabe quem é o pai da criança.
“Professora… pra falar a verdade, eu nem sei de quem eu engravidei.”
Foi o que ela disse, com 13 anos, com um bebê crescendo dentro dela… e um mundo julgando, zombando, apontando.
A escola onde isso aconteceu era particular. Mensalidade de mais de R$ 2 mil.
Ou seja, não estamos falando de pobreza.
Estamos falando de ausência de orientação, de diálogo, de limites, de presença real na vida dos filhos.
Essa história não é só sobre ela. É sobre todos nós.
É sobre pais e mães que acham que conhecem seus filhos, mas não sabem o que se passa nas conversas privadas, nos grupos de mensagens, nas festas “de boa”.
É sobre meninas crescendo sem noção de seu valor.
É sobre meninos sendo educados para “pegar”, não para respeitar.
E é sobre adultos que não querem ter conversas difíceis — até que seus filhos tenham uma vida difícil.
Pais e mães: o celular que você deu, a liberdade que você permite, a ausência que você disfarça com presentes...
Tudo isso também educa.
Ou deseduca.
Vergonha é não orientar.
Tarde demais é quando já tem uma criança criando outra.
Não espere a escola, a igreja ou a internet fazerem o que só você pode fazer.
Educar é cuidar. É perguntar. É proteger. É orientar.
Porque no fim das contas sempre haverá reclamação. Tanto a sua ação quanto a sua omissão. Que seu “erro” seja ser presente num mundo de ausentes.’