Os trabalhadores da rede municipal de educação de Maceió realizaram na manhã desta terça-feira (15) um grande ato público no bairro do Jacintinho. Organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), a manifestação teve como pautas principais a valorização salarial, melhores condições de trabalho e a defesa de um ensino público de qualidade.
O protesto também contou com a presença de mães de crianças com deficiência, reforçando as críticas à falta de investimentos no atendimento educacional especializado.
A caminhada teve início na Escola Municipal Kátia Assunção e seguiu pelas ruas do bairro com faixas, cartazes e apresentações artísticas que expressaram, com criatividade e contundência, as dificuldades enfrentadas nas escolas. Um dos cartazes chamou a atenção pelo bom humor: “Queremos um reajuste do tamanho da roda gigante”.
Durante o ato, o presidente do Sinteal, Izael Ribeiro, criticou a gestão do prefeito JHC (João Henrique Caldas), questionando as prioridades orçamentárias da prefeitura. Segundo ele, enquanto há recursos para atrações turísticas e shows com artistas nacionais, a educação segue sendo negligenciada.
“São João está chegando, e já vimos que não falta dinheiro para contratar artistas caríssimos ou construir roda gigante, mas falta para valorizar os servidores e garantir PAE para as crianças atípicas em sala de aula. JHC é mentiroso, massacra a educação. A população precisa conhecer a dura realidade das escolas de Maceió”, afirmou Ribeiro.
Durante o trajeto, os manifestantes fizeram uma parada na Escola Municipal Eulina Alencar e seguiram até a Escola Municipal João XXIII, onde o ato foi encerrado.
Segundo o Sinteal, a mobilização faz parte de uma agenda de lutas que se intensificou após a rejeição de propostas de reajuste consideradas insuficientes pela categoria. A prefeitura sugeriu inicialmente um aumento de 4% parcelado, que foi posteriormente ampliado para 5%, dividido em duas parcelas: 2,5% em maio e 2,5% em outubro. A proposta foi rejeitada em assembleia.
Além da paralisação desta terça-feira, outras mobilizações já estão programadas. No dia 23 de abril, os trabalhadores da educação de Maceió aderem à paralisação nacional da educação. E no dia 26, às 9h, uma nova assembleia será realizada no Centro Cultural do Sinteal, com indicativo de greve caso não haja avanço nas negociações.
“A mobilização está crescendo. Cada ato, cada assembleia tem reunido mais pessoas. A categoria está unida e quer ser ouvida. Esperamos que o diálogo avance, sem a necessidade de uma greve”, concluiu o presidente do Sinteal.
