A Polícia Civil segue realizando buscas e investigando o caso da bebê Ana Beatriz Silva de Oliveira, desaparecida desde a última sexta-feira (11), na cidade de Novo Lino, interior de Alagoas. Em entrevista à imprensa, nesta segunda-feira (14), o delegado Igor Diego, que está no município, disse que a mãe da criança já contou cinco versões sobre o caso.
De acordo com o delegado, Igor Diego, em sua última versão apresentada à polícia, a mãe da bebê, Eduarda Silva de Oliveira, afirma que foi abusada sexualmente por dois homens, que invadiram sua casa durante a madrugada. Ela relatou que os homens abusaram dela, mas que não houve penetração, e que em seguida fugiram levando a menina.
Segundo a Policia Civil, essa última versão contada pela mãe de Ana Beatriz não é verídica, pois imagens de câmeras de segurança não mostram nenhum movimento de criminosos na casa dela no horário e o depoimento de vizinhos também não mencionam nada a respeito.
Ainda segundo a PC, há diversas inconsistências nos depoimentos apresentados pela mãe da menina. O delegado Igor Diego afirmou que todas as versões dadas foram apuradas e quando mostradas para a mulher, com as provas que não correspondiam aos fatos narrados por ela, ela contava uma nova versão.
Além de Igor Diego, o delegado João Marcello e o secretário de Segurança Pública do Estado de Alagoas, Flávio Saraiva, foram até a casa da família, em Novo Lino, onde ficaram por cerca de 2h., enquanto equipes realizavam buscas pela menina na região, inclusive com ajuda de cães farejadores.
Diante de todo o imbróglio envolvendo o caso e das versões contadas pela mãe da menina, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AL) convocou a imprensa para acompanhar um pronunciamento no CISP (Centro Integrado de Segurança Pública) de Novo Lino, com a presença do secretário de Segurança Pública e dos delegados, para informar sobre as investigações do caso, até o momento.
O delegado Igor Diego afirmou que as investigações sobre o caso continuam e que há duas linhas consideradas. A primeira é que a menina pode ter morrido e foi abandonada ou enterrada em algum local. E a segunda, é que a menina que estava meio doente pode ter sido deixada em algum lugar. O delegado alertou que a mãe da criança precisa de apoio psicossocial e de proteção.
Igor Diego disse ainda que quem tiver informações sobre o caso pode procurar a Polícia Civil para passar informações ou ligar para o Disque Denúncia, por meio do telefone 181.
A versão inicial
No primeiro depoimento, Eduarda relatou que estava em um ponto de ônibus às margens da BR-101 quando foi abordada por um carro preto com três homens e uma mulher. Ela afirmou que a mulher ameaçou atirar caso ela não entregasse a filha, que tinha apenas 15 dias de vida.
“Eu saí de casa com ela para atravessar a pista, aí esse carro já vinha seguindo lentamente. Quando percebi algo estranho, que eles iam parando, dei meia volta, desconfiei que algo estava errado. Foi aí que a mulher abriu o vidro do carro e disse: ‘Se você der mais uma volta, eu atiro’. Eu congelei. Ela falou de dentro do carro, nem chegou a sair. Dois caras com a camisa no rosto desceram e puxaram a menina de mim. Tomaram à força, eu não queria dar, com certeza. Entraram no carro ligeiro, aceleraram e foram embora”, contou Eduarda à polícia.
A Polícia Civil segue com as investigações e deve divulgar mais informações após a conclusão das diligências previstas para esta segunda-feira.