Sexta-feira, e esta ativista, Arísia Barros inclui na agenda a ida  ao Supermercado Assaí, localizado na avenida Comendador Gustavo Paiva , no bairro da Mangabeiras, em Maceió, AL, para adquirir alguns mantimentos visando abastecer a despensa da casa.

Após longas caminhadas pelos corredores , compara preço aqui, outro ali ( pechinchar é herança de mãe), dirigi-me  ao caixa , para efetuar o  pagamento dos produtos.

Mercadorias devidamente pagas, guardamos nas sacolas e nos encaminhamos para a saída.

Tudo nos conformes, até que na saída o cabra-funcionário solicita a nota das compras.

É uma revista aleatória, que de aleatória não tem nada.

Sinto-me incomodada, mas, a mente um tanto exausta dos acúmulos  da semana, minimiza a situação, entrego a nota, afirmando , que,  por lei, a prática é abusiva. 

Após a conferência do funcionário tutelado, encaminho o carrinho, com as compras fiscalizadas, sento em um banco, fora do supermercado, para chamar um carro de aplicativo.

Enquanto espero o carro, percebo  que a única ‘cliente’ interceptada na saída foi esta ativista.

Franzo a testa e penso:- Ôxe!

Nesse entremeio sou  abordada, por  outro cliente,  com o carrinho abarrotado de compras que sussurra , indignado:- Eles não podem fazer isso. Percebeu que as pessoas paradas são da nossa cor e aponta o braço ( é um homem preto)

Provocada, pela indignação alheia , o cansaço secular da mulher evapora e a ativista assume.

Vou em direção  ao funcionário e digo :- Estou sentada ali, faz um tempinho, a observar o movimento e não te vi parar ninguém, após a mim. 

Ele, ( me faço solidária  ao funcionário, também negro que se curva as regras da empresa, pois carece  do salário para sobrevivência diária) um tanto nervoso, explica que a fiscalização é aleatória ,e,  é a câmara quem indica a quem abordar.

A dupla conferência da nota fiscal é uma prática abusiva e segundo os fundamentos da câmera (IA?),do  Assaí, também racista.

Esse não é um texto sobre esta ativista e sim sobre a ausência das políticas antirracistas, nas relações de consumo, em Maceió..

E por falar nisso, João Henrique, a quantas anda o Procon Racial?

 

  • João Henrique, prefeito de Maceió