Após a prisão de um homem em Pernambuco suspeito de envolvimento no sequestro de uma bebê de 15 dias em Novo Lino, Alagoas, o advogado dele afirmou, em entrevista exclusiva ao CadaMinuto, que seu cliente foi detido equivocadamente e já foi liberado pela Polícia Civil. Segundo a defesa, o homem foi levado para prestar depoimento em uma delegacia pernambucana e, após os devidos esclarecimentos, foi constatado que ele não tinha nada a ver com a situação.

O advogado Arnon de Mello, que representa o suspeito, explicou que seu cliente estava cumprindo uma tarefa profissional, realizando a troca de placas de veículos de clientes em Pernambuco. Ele estava com três pares de placas e já havia efetuado duas trocas quando foi abordado pela polícia.

"Ele foi levado para a delegacia em Pernambuco, prestou esclarecimentos e, após a verificação, foi constatado que não tinha absolutamente nada a ver com a situação, sendo liberado. Portanto, a versão de que ele teria pegado um casal com uma criança e levado para Pernambuco não procede. Ele não levou ninguém", explicou o advogado.

Ainda conforme o advogado, o homem trabalha como despachante veicular e estava em deslocamento pelas cidades de Palmares e Caruaru, utilizando seu próprio veículo para o serviço. As placas, no entanto, pertenciam a clientes, o que gerou confusão e desconfiança.

“A questão das placas que estavam no carro é que ele trabalha para uma empresa de despachante. Ele estava justamente em viagem para realizar a troca dessas placas veiculares em cidades como Palmares e Caruaru, com retorno previsto para Maceió", afirmou Arnon de Mello.

A confusão teria ocorrido porque o veículo do suspeito era semelhante ao usado pelos sequestradores. No entanto, conforme o advogado, há diferenças claras entre os carros. “Ela [mãe da criança] disse que era um carro preto, mas há alguns detalhes importantes: o veículo dos suspeitos não tinha engate, enquanto o do meu cliente tinha. Além disso, o carro dele é um modelo 2013 ou 2014, já o carro citado na investigação seria uma versão mais antiga. Ou seja, trata-se de veículos diferentes", explicou Arnon.

O advogado também negou a versão de que o homem teria dado carona a um casal com uma criança, afirmando que essa história não procede. Segundo ele, o cliente não levou ninguém e, após ser levado à delegacia e prestar todos os esclarecimentos necessários, ficou claro que ele não tinha nenhuma relação com o caso.

Por fim, a defesa afirma que pretende tomar medidas legais contra a divulgação da imagem do suspeito. “Em relação aos veículos de comunicação que divulgaram a imagem dele precipitadamente, ele com certeza vai tomar as medidas legais. Ele está preparando uma ação”, declarou o advogado.

A Polícia Civil segue investigando o caso, que ainda levanta muitas dúvidas. A bebê de 15 dias foi sequestrada por três homens e uma mulher na BR-101, em Novo Lino, enquanto estava com a mãe. Segundo as informações mais recentes, a criança ainda não foi localizada e o caso continua sob investigação.

 

O caso

A recém-nascida, Ana Beatriz, de 15 dias, foi sequestrada na manhã de sexta-feira (11), em Novo Lino, no interior de Alagoas. O caso ocorreu enquanto sua mãe e dirigia a um ponto de ônibus para levar seu filho de cinco anos à escola, a genitora foi abordada por três homens e uma mulher em um veículo preto. 

Armados, os sequestradores arrancaram a bebê dos braços da mãe e fugiram em direção a Pernambuco. A mãe forneceu detalhes sobre os criminosos, incluindo a descrição de um homem moreno com tatuagem no peito e uma mulher de cabelos loiros. 

As autoridades emitiram um Alerta Amber e intensificaram as buscas, com a colaboração de diversas forças policiais, visando localizar a criança e prender os responsáveis pelo crime.

 

 

*Estágiaria sob supervisão da editoria