Vadiando às custas do fundo partidário, Jair Bolsonaro teve um piripaque durante visita ao Rio Grande do Norte. O elemento corre o país fazendo campanha por anistia a golpistas que tentaram derrubar a democracia brasileira. Intimidar as instituições – o STF em particular – é a linha de defesa do capitão da tortura. Não importa o estado de saúde, a disposição para uma “virada de mesa” não arrefece jamais. No alvo, a eleição de 2026.
Carluxo, o filho mais perturbado, não esperou um segundo para explorar politicamente a dor de barriga do pai. Ao informar que Bolsonaro seria internado, o vereador tentou requentar as teorias terraplanistas sobre a facada durante a campanha de 2018. De tão manjada, a tática não mobiliza ninguém. Não importam as jogadas, o ex-presidente tem encontro marcado com a cadeia. Será o desfecho do julgamento no Supremo.
Nos últimos dias, subiu a temperatura no Congresso. A turma de Bolsonaro anuncia que tem os votos necessários para dar tratamento de urgência ao PL da anistia. O picareta Silas Malafaia partiu para cima do presidente da Câmara, Hugo Motta. Tentam intimidar o parlamentar que tem a prerrogativa de levar projetos para votação. Até a ministra Gleisi Hoffmann falou em diálogo sobre o tamanho das penas a condenados.
Para os lados do Planalto, aquela fase terrível inaugurada no fim do ano passado estaria superada. Não é que tudo esteja uma maravilha, mas de fato o pior da bagaceira se foi. Pelo menos é o que dizem lideranças ligadas ao governo e interlocutores de Lula. Freio na inflação e anúncios de novos programas surtiram algum resultado. Até o tarifaço do aloprado Trump gerou notícia favorável para o governo. Frustração na extrema direita.
Lula e petistas respiram um pouco aliviados. Até ontem parecia que o fim do mundo chegara à gestão federal. Não por acaso, figuras como Gilberto Kassab ensaiaram uma ruptura para a arquibancada. Ameaças e chantagem sem preocupação com disfarce. Diante dos problemas, o presidente apostou no ataque, manteve a linha do “investimento não é despesa” e deflagrou uma reforma ministerial atribulada. Vai indo do jeito que dá.
Lula lidera as pesquisas para 2026. Se a eleição fosse hoje, bateria todos os adversários, nos dois turnos. São dados da Quaest e do Datafolha. O inelegível esperneia em busca de uma fantasia que lhe dê condições para ser candidato. O problema, para ele, é que essa marmota não vai rolar. Enquanto isso, Jair trava as articulações de presidenciáveis da direita. No hospital ou na rua, o golpista não para de tramar contra o país.