O réu Albino Santos de Lima, julgado nesta sexta-feira (11) no Fórum do Barro Duro, em Maceió, afirmou durante o júri popular que agiu em legítima defesa ao matar o barbeiro Emerson Wagner da Silva. Ele também está sendo julgado por tentar assassinar uma segunda pessoa, identificada pelas iniciais R.V.S.

Conhecido como o “Serial Killer de Maceió”, Albino alegou que, na época dos fatos, estava sendo perseguido e que Emerson teria envolvimento com o tráfico de drogas. O crime aconteceu em 21 de junho de 2024.

Segundo a denúncia, Albino tentou invadir a residência da namorada de Emerson, mas foi flagrado pelo barbeiro e um amigo. Ao perceber que estava sendo seguido, ele sacou uma arma e atirou. Emerson foi atingido e morreu no local, enquanto o amigo conseguiu escapar sem ferimentos.

Durante o julgamento, o réu voltou a sustentar que sofre de transtornos mentais — argumento já rejeitado por perícias psiquiátricas anteriores. Ele também pediu desculpas à mãe da vítima, presente na sessão, e declarou que “foi necessário usar força”.

Um detalhe que causou comoção foi a relação entre Albino e a mãe de Emerson: ambos frequentavam a mesma igreja.

Preso desde setembro de 2024, Albino é acusado de 18 assassinatos e duas tentativas de homicídio ocorridos entre 2019 e 2024. Até o momento, responde a 10 processos na Justiça. Pelo menos cinco testemunhas devem prestar depoimento durante o julgamento desta sexta-feira.

Em uma das audiências anteriores, realizadas em 21 de março, relacionada aos assassinatos de Louise Gybson e Tâmara Vanessa, o acusado participou por videoconferência e fez declarações impactantes. Alegou não se lembrar dos crimes e afirmou ter sido possuído por uma entidade espiritual: “Fui possuído pelo fogo do Arcanjo Miguel”, disse. 

Ainda segundo o acusado, ele ouve vozes e seria orientado por essa entidade a visitar cemitérios para registrar lápides das vítimas.