A oposição na Câmara dos Deputados fará uma obstrução total dos trabalhos nas comissões e no plenário da Casa, a partir desta terça-feira, 1º, para pressionar pela inclusão na pauta do requerimento de urgência ao projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A estratégia foi definida em reunião entre os líderes da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), da minoria, Caroline de Toni (PL-SC), o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O encontro ocorreu no apartamento funcional de Zucco, em Brasília, na manhã desta terça-feira.
“Para momentos de anormalidade institucional, precisamos atuar de forma muito firme. Portanto, a orientação é para obstruir todas as pautas. Nada mais importante agora do que buscar reparação para as centenas de presos e refugiados políticos do Brasil”, disse Zucco, se referindo a envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
A oposição na Câmara pretende também realizar na quarta-feira, 2, uma coletiva de imprensa com familiares dos presos do 8 de janeiro e apresentar, no evento, um relatório produzido pela Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav). Segundo Zucco, o documento elenca abusos e violações de direitos durante as prisões feitas após os atos em 2023 e ao longo do processo conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ato na Paulista
Bolsonaro e os congressistas presentes na reunião gravaram um vídeo convocando para o ato a favor do projeto de lei da anistia que será realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, no próximo domingo, 6.
No domingo passado, 30, uma manifestação da esquerda contra o projeto reuniu 6,6 mil pessoas na Paulista, segundo estimativa da Universidade de São Paulo (USP). O protesto ocorreu duas semanas após Bolsonaro reunir apoiadores em Copacabana para pedir anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. Segundo a USP, a manifestação na capital fluminense reuniu 18,3 mil pessoas.