O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), Gustavo Xavier, determinou na manhã desta terça-feira (1º) a criação de uma comissão de delegados para investigar a possível falsificação das cartas de renúncia atribuídas ao prefeito de Rio Largo, Carlos Gonçalves (PP), e do vice, Peterson Henrique.

Os documentos foram lidos na Câmara Municipal na segunda-feira (31), pelo presidente da casa, Rogério Silva (PP). O prefeito nega a autoria das cartas e classifica o episódio como “golpe criminoso”.

A comissão será composta pelos delegados Igor Diego e José Carlos. “Nosso objetivo é verificar a autenticidade das cartas de renúncia apresentadas e lidas pelo presidente da Câmara de Vereadores do município”, afirmou o delegado Igor Diego.

Segundo o delegado José Carlos, diversas diligências foram realizadas na segunda-feira (31) e continuarão nesta terça-feira (1º). “Esperamos obter mais respostas nos próximos dias. Estamos trabalhando em conjunto com o Ministério Público Estadual, que tem nos dado total apoio. Mantemos contato constante e acreditamos que a solução virá em breve”, declarou.

MP também investiga tentativa de golpe

O Ministério Público de Alagoas (MP/AL) se pronunciou na manhã desta terça-feira (1º) sobre a tentativa de golpe à gestão do prefeito de Rio Largo, Carlos Gonçalves (PP). Em nota, a assessoria informou que acompanha de perto as investigações conduzidas pelo delegado José Carlos.

De acordo com o órgão de controle, o procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, da 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) estão em diálogo permanente com a Polícia Civil de Alagoas para elucidação do fato e responsabilização dos autores. 

A disputa pelo comando da Prefeitura de Rio Largo ganhou um novo capítulo após a Câmara Municipal anunciar a suposta renúncia do prefeito Carlos Gonçalves (PP), na segunda-feira (31). 

O gestor nega ter deixado o cargo e acusa o Legislativo de forjar o documento que embasou sua destituição. Para reverter a decisão, ele ingressou com um mandado de segurança na 1ª Vara Cível da cidade, pedindo a anulação da posse do presidente da Câmara, vereador Rogério Silva (PP), que assumiu interinamente a prefeitura.

A ação judicial, registrada sob o número 0700911-10.2025.8.02.0051, tramita com prioridade e também conta com a assinatura do vice-prefeito Peterson Henrique. Além de Rogério Silva, o processo tem como alvos os vereadores Rafael Rudson Feitosa Pinto, Carlos Henrique Rolin Vasconcelos, Douglas Henrique de França e Márcio Soares Cavalcante.

“Golpe criminoso”, diz Carlos Gonçalves

Após a decisão da Câmara, Carlos Gonçalves se manifestou nas redes sociais, classificando o episódio como um “golpe criminoso”. Ele reafirmou que segue à frente da administração municipal e que já acionou as instâncias competentes para invalidar a decisão.

“Não há carta de renúncia assinada por mim. Esse documento é falso e faz parte de uma tentativa criminosa de me retirar do cargo. Fui eleito pelo povo e sigo como prefeito. Rio Largo pertence à sua população, não a interesses políticos”, declarou.

O caso já foi encaminhado à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) e a outros órgãos do Judiciário. Segundo Gonçalves, a articulação para afastá-lo teria sido liderada pelo ex-prefeito Gilberto Gonçalves (GG) e pelo presidente da Câmara, Rogério Silva, que assumiu o Executivo após a suposta renúncia.

“Essa manobra é ilegal e inconstitucional. Não renunciei, nem renunciarei. Estamos tomando todas as medidas cabíveis para garantir que a vontade da população seja respeitada”, afirmou o prefeito em nota oficial.