As movimentações internas no Partido dos Trabalhadores (PT) de Arapiraca seguem em ritmo intenso. Com a proximidade do Processo de Eleição Direta (PED), o cenário político local se reorganiza, revelando uma nova configuração marcada por articulações estratégicas e lideranças que apontam para um futuro promissor e mais enraizado nas lutas sociais do município.

 

Após um período de debates e construção coletiva, uma frente ampla foi consolidada em torno da candidatura do Professor Clébio Araújo à presidência do Diretório Municipal. Clébio é militante da Resistência Socialista (RS), professor da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), ex-reitor, reconhecido por sua trajetória no movimento negro, na cultura popular e no campo da educação pública. Sua candidatura representa o esforço por um PT mais presente no cotidiano da população arapiraquense.

 

Como vice-presidente da chapa, foi indicado o Professor Rafael Cardoso, da Democracia Socialista (DS). Educador e militante social com atuação destacada no interior de Alagoas, Rafael representa a síntese entre juventude, experiência de base e compromisso com o projeto histórico do partido.

 

A chapa é resultado da articulação entre a Resistência Socialista (RS), a Democracia Socialista (DS) e o Movimento PT (MPT), e conta ainda com o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Juntas, essas forças vêm construindo uma alternativa política que aposta na unidade, na escuta das bases e na retomada da vitalidade do partido em Arapiraca.

 

Nesse processo, a figura de Manuela Lourenço, também da DS, se destacou como uma das principais lideranças do campo da renovação. Profissional da Saúde, com estudos sobre a saúde da mulher negra e o SUS, mestre em Educação e Saúde, servidora pública e atual Superintendente de Igualdade Racial do Estado de Alagoas, Manuela tem sido reconhecida por sua capacidade de articulação política, sensibilidade social e firmeza ética. Sua presença tem sido fundamental para a construção da nova frente, que aposta na força da diversidade, da inteligência coletiva e da experiência acumulada.

 

Do outro lado da disputa, as correntes Construindo um Novo Brasil (CNB), Esquerda Popular Socialista (EPS) e O Trabalho formalizaram um acordo estadual que deverá repercutir diretamente nos municípios. Em Arapiraca, o atual presidente João Braúna (EPS) busca a reeleição, mas encontra dificuldades em firmar uma base sólida. Já o nome do sindicalista Jade, que já presidiu o partido e é conhecido por polêmicas relacionadas a apoios a candidatos de fora do PT, volta a circular entre setores da legenda, provocando tensões.

 

Mais do que uma simples eleição interna, o PED deste ano é visto como uma oportunidade concreta de reorganizar o partido a partir da força dos seus quadros locais, da conexão com os movimentos sociais e da responsabilidade com o futuro. As forças que agora se articulam em torno de Clébio Araújo, Rafael Cardoso e Manuela Lourenço demonstram que é possível conciliar coerência política com capacidade de renovação, e colocam Arapiraca no centro das experiências mais promissoras do PT no interior de Alagoas.