Você e eu já vimos de tudo na política alagoana. Mas, até onde sei, o que se passa em Rio Largo desde janeiro é algo inédito. O novo prefeito, Carlos Gonçalves, simplesmente não consegue governar porque seu antecessor, Gilberto Gonçalves (foto), ignora a condição de ex-prefeito. O homem não para de atazanar a vida do sucessor, agindo como se ainda fosse o chefe. O receio é de que as coisas descambem para a violência.
Agora vejam a loucura: GG é secretário na gestão de Carlos Gonçalves. E por que isso? É que o eleito virou candidato por decisão monocrática do então prefeito. O sobrenome Gonçalves do atual gestor é fake. Foi uma invenção dos dois para influenciar, digamos assim, “o psicológico” do eleitorado. Terminada a eleição, começou a briga.
Na condição de secretário, GG cumpre agenda diária como se fosse ele o titular na cadeira do prefeito. Sem dar satisfação a ninguém, visita obras, exige ações dos demais nomes do secretariado e distribui ordens a torto e a direito. Para os servidores, quem manda mesmo no pedaço é o ex. Nessa doideira, Rio Largo tem gestão caótica.
Um capítulo bizarro do temerário novelão é a denúncia do prefeito sobre uma “renúncia forjada”. Segundo ele, advogados tentaram registrar seu pedido de renúncia em cartórios de Rio Largo e Porto Calvo. Para isso, sua assinatura foi falsificada. Ele levou o caso ao Ministério Público Estadual e espera que uma investigação resolva a parada.
Como informa o CM, o prefeito relatou os fatos ao procurador-geral de Justiça, Lean Araújo. Os acontecimentos no município precisam ser investigados com rigor. Se nada for feito, GG vai avançar em seu projeto com a fúria dos bandoleiros incontroláveis.
Para terminar, uma pergunta singela. O que o prefeito está esperando para demitir seu secretário e ex-padrinho político? Aguentar a afronta de um “chefe” que deveria ser um subordinado é patético. Mais grave: escancara o medo de assumir o papel que lhe foi delegado pelo voto popular. Com todo o respeito, coragem, meu senhor!