O escritor, Fabricio Carpinejar escreve e o blog republica:

"Filho jogado da ponte 

Isso não é vingança, mas covardia.

Um genitor , Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, não dá para chamar de pai, jogou o seu filho de cinco anos de uma ponte de 15 metros de altura sobre o Rio Vacacaí, em São Gabriel (RS), na tarde de terça-feira (25). Ele confessou à Polícia que se vingava da ex-companheira.

O pequeno Théo não sobreviveu. Ainda não se sabe se ele estava vivo no momento da queda.

O vendedor ambulante, 39 anos, não aceitou a separação e decidiu se livrar do menino, que morava com a mãe em Nova Hartz, no Vale do Sinos. 

Arremessou fora uma vida indefesa e vulnerável como se fosse um saco de pedras, como se não fosse nada de importante.

Agora não bastam mais para as mulheres medidas protetivas que garantam a distância do ex, elas precisam ser estendidas para os filhos.

Em alguns casos truculentos, a guarda compartilhada não é mais possível, as visitas do final de semana são temerárias.

Crianças estão sendo alvos de represália contra o divórcio, imoladas para imputar o infortúnio familiar, usadas como castigo à independência feminina.

É a alienação parental no seu estágio mais avançado, o sadismo da possessividade.

Primeiro, arranca-se o coração materno. Em seguida, esvazia-se o ventre.

Homens não vem aceitando a rejeição. Se não conseguem matar as parceiras, matam os próprios rebentos.

É uma mentalidade absurda de que os filhos são só da mãe, não deles.

De modo nenhum, concebo tamanha boçalidade como resultado passional. Paixão não deve servir de fiadora da desgraça. Não deve atuar de atenuante. O gesto demonstra o contrário do apego: indiferença, desprezo, crueldade extrema.

Já está sendo investigado um acidente com os mesmos propósitos de retaliação na serra gaúcha, há treze dias, em que um motorista teria lançado seu veículo contra um caminhão, causando a morte de seus gêmeos.

O que está acontecendo com a paternidade? Não, talvez sempre aconteceu. Não para de acontecer ao nosso lado. As vítimas de violência doméstica cansaram de avisar.

Fonte; Facebook de Fabricio Carpinejar