É hoje. Nesta terça-feira, 25 de março, o STF começa a decidir sobre a denúncia contra Jair Bolsonaro e mais sete envolvidos na tentativa de golpe de Estado. É o núcleo mais ativo na trama que pretendia tomar o poder pela força, impedindo a posse de Lula, o presidente eleito pelo voto popular. Eles foram denunciados pela Procuradora-Geral da República por crimes que podem render mais de 30 anos de prisão. A conta chegou.

Além de Bolsonaro, estão denunciados o general Augusto Heleno, o deputado Alexandre Ramagem, o almirante Almir Garnier, o general Paulo Sérgio Nogueira, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Walter Braga Netto. Caso a denúncia seja aceita, todos passam à condição de réu – e aí serão julgados pelos crimes que cometeram. Ninguém vê qualquer chance de o STF aliviar para os golpistas.

Como você sabe, a análise da denúncia e o julgamento serão tocados pela Primeira Turma do Supremo, formada por cinco ministros. O destino de Bolsonaro e demais acusados está nas mãos de Cristiano Zanin, Carmen Lúcia, Flávio Dino, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. É o que prevê o regimento interno da corte desde 2023. O tribunal reservou três sessões para analisar a denúncia. A primeira começa às 9h30.

A segunda sessão está marcada para 14h30. E uma terceira sessão ocorre amanhã, quarta-feira 26. As falas da acusação e da defesa têm duração cronometrada, portanto sem chance de enrolação a perder de vista. É possível que o resultado seja conhecido ainda hoje. De todo modo, de amanhã não passa. Tudo será transmitido ao vivo.

Depois de 40 anos de redemocratização, quem poderia imaginar que o país estaria hoje vivendo algo dessa natureza. Sim, é um momento histórico. Bolsonaro e seus cúmplices não podem ficar impunes depois de tudo o que fizeram desde primeiro de janeiro de 2019, quando começou o desgoverno que mergulhou o país na bagaceira.

Para quem acreditava que bastavam um cabo e um soldado para fechar o STF, a realidade destruiu essa e outras ilusões de fanáticos por ditaduras. As instituições resistiram às investidas de marginais que tramaram destruir a democracia no Brasil.