Dois movimentos quase simultâneos agitaram, nos últimos dias, as editorias de política na imprensa alagoana. O inesperado elogio do senador Renan Calheiros à família Caldas balançou o cenário há muito estabelecido. No embalo, o ministro Renan Filho e o governador Paulo Dantas reafirmaram gestos de cortesia na direção do prefeito de Maceió. Que acordo é esse que ensaia aparecer de onde menos se poderia esperar? 

Ou não é nada disso? É claro que temos aí alguma novidade nada desprezível. A investida do grupo do senador Calheiros fala por si. Se haverá uma nova combinação eleitoral, aí veremos adiante. Em jogo, é claro, a definição quanto às candidaturas ao governo e ao Senado em 2026. O prefeito JHC não fala de outra coisa que não seja o projeto de comandar o estado. Esse talvez seja o maior dilema político do ano que vem. 

O segundo movimento de consequências ainda incertas foi a filiação de Davi Davino Filho ao Republicanos. O ex-deputado deixa o Progressistas, num gesto de afastamento do deputado Arthur Lira. Com disposição para disputar uma cadeira de senador, Davino tumultua os planos de Lira. Parece uma temporada de maquinações preliminares e exposição de alternativas. Até 2026, nada será definitivo, e tudo pode mudar.      

Parte do que vai combinado no grupo dos Calheiros passa pelo papel do governador. E Paulo Dantas voltou a verbalizar sua decisão de cumprir o mandato até o fim. Chamou atenção a ênfase com a qual o titular do Palácio dos Palmares reafirmou que não será “candidato a nada”. É a condição ideal para a candidatura de Renan Filho a governador, tido por seu grupo, e até por adversários, como um nome imbatível. Teoricamente.

Muita especulação. A essa altura de tudo, não dá para cravar esta ou aquela hipótese. Não há como garantir a candidatura de Fulano, Beltrano ou Sicrano. Mesmo os nomes óbvios podem ser obrigados a um ajuste de rota, a depender de variáveis externas. Seja como for, os dois fatos novos aqui lembrados sinalizam que a engrenagem se mexe e pode abrir outras vias de negociações. Mais reações devem chegar a qualquer momento.

Na foto acima, de Edvan Ferreira (Agência Alagoas), as famílias Caldas e Calheiros.