O vereador Allan Pierre (MDB), líder do partido e membro da Comissão de Assuntos Urbanos, usou neste quinta-feira (13), a tribuna da Câmara Municipal de Maceió, para repercutir a nota técnica que aponta movimentações do solo em áreas além da Av. Fernandes Lima.
O documento, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), produzido em abril de 2022, só foi divulgado e disponibilizado na terça-feira (11), pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL).
A nota aponta indícios de subsidência nas comunidades Flexal de Cima, Flexal de Baixo, no bairro Bom Parto e na rua Marquês de Abrantes, em Bebedouro, áreas que não são oficialmente consideradas de risco. Além disso, sugere que a delimitação divulgada pode estar incorreta.
O relatório também aponta deficiências no monitoramento, alertando para a possibilidade de subsidências menores estarem passando despercebidas. Para uma avaliação mais precisa da situação, o texto recomenda a adoção de novas tecnologias, como Laser Scanner e levantamentos topográficos detalhados.
Diante do novo cenário, Pierre defendeu a necessidade de um posicionamento rápido do legislativo municipal. “Imaginem, senhores vereadores, uma nota técnica de 2022 que só veio a público agora, ampliando a área de risco de um problema que já aflige todos os cidadãos maceioenses. Precisamos agir com urgência para evitar um caos urbano”, defendeu.
O vereador Leonardo Dias (PL), que presidiu a Comissão Especial Parlamentar dos Bairros em Afundamento do Solo por mais de um ano, ressaltou que a nota técnica apresenta informações que não foram consideradas na definição do mapa de risco até então.
“Se há uma subsidência causada pela Braskem, os moradores das áreas atingidas devem receber o mesmo tratamento daqueles que já foram indenizados e realocados. Precisamos de audiências públicas para entender a gravidade dessa nova informação”, afirmou.
O vereador Thiago Prado (PL) reforçou a importância de tratar o tema com responsabilidade, sem alarmar a população. “O estudo é sério e deve ser considerado, mas ainda não há confirmação de uma tragédia iminente. A Câmara precisa agir com transparência e cautela”, ponderou.
A vereadora Teca Nelma (PT) lembrou que o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Pedro Nobre, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por falsidade ideológica, o que levanta dúvidas sobre a transparência na divulgação de informações relacionadas ao afundamento do solo.
Diante da gravidade do caso, os vereadores defenderam a convocação urgente da Comissão de Assuntos Urbanos para analisar a nota técnica, ouvir especialistas e definir os próximos passos.
“A Virgínio de Campos [rua do bairro do Farol] foi totalmente desocupada e está a menos de 300 metros da Fernandes Lima. Além disso, partes do Cepa já foram interditadas. A natureza avança e essa tragédia pode se agravar. Não podemos tratar essa nota técnica como algo para ser discutido no futuro”, finalizou.