Basicamente, o governo de Alagoas tem três problemas no campo da segurança pública. 1) o delegado e deputado federal Fábio Costa; 2) o delegado e vereador Thiago Prado; 3) o delegado e deputado estadual Leonam Pinheiro. Costa e Prado fazem o estilo valentão, adeptos do prendo & arrebento. Os dois exercem a arte de pensar com os muques marombados. Leonam é um defensor dos pets – mas não se deixe enganar.
Todo santo dia, esse trio de patriotas “denuncia” que estamos à beira do abismo, com a “explosão” de casos de violência como nunca se viu na história deste glorioso território. Os denunciantes não se dão ao trabalho de esclarecer de onde tiram a estatística macabra. Não importa. Nas redes sociais, naturalmente o vale-tudo está liberado.
Episódios violentos sempre existiram e sempre existirão. Claro que não se pode vacilar com a criminalidade – e o governo estadual está longe de ser essa maravilha toda, imune a críticas. Mas quando autoridades partem para o denuncismo vazio, sob o combustível da politicagem, o único resultado concreto é a distorção grotesca dos fatos.
O arrastão de uma extrema direita adepta à tortura e a práticas milicianas desentupiu os bueiros de onde brotaram os “cidadãos de bem”. A “nova política” deu ao Brasil tipos como esses delegados – “hipsters”, instagramáveis, ignorantes, boçais. Arrivistas natos, usam e abusam do serviço público para prosperar na baixa política. É um clássico.
Claro, não faltam desafios para o governo na área da segurança. Mas é preciso atacar os problemas reais. As demandas nas polícias Militar e Civil não devem atender a fins eleitoreiros. As corporações não podem servir de “bico” e de escada para oportunistas à caça de votos. E é exatamente o que fazem os três vampiros em busca de sangue.
Nos primeiros 15 anos deste século, Alagoas ganhou fama internacional pelos números do crime, especialmente o índice de homicídios. Ficamos no topo das capitais mais violentas do mundo. No campeonato brasileiro da morte, nenhum estado era páreo diante da carnificina alagoense. Naquela época, onde andavam os xerifões de fancaria?
A lei eleitoral tem de mudar. Se você integra as forças policiais e decide disputar eleição, tem de largar essa carreira em definitivo. Não pode ficar nesse indo e vindo, nessa esculhambação geral. A promiscuidade fertiliza a delinquência na política. A histeria sobre uma “crise na segurança de Alagoas” tem tudo a ver com isso. Caso sério!