Começo a semana com a recomendação do leitor que se apresenta como Mário. Escreve ele, acerca do texto que escrevi em 7 de março sobre comentários do blog: “O jornalista não deve ser uma caneta de aluguel de um lado só. Não seja mais um esquerdista radical que só vê erros nos outros”. Mário reclama de uma suposta perseguição deste blog às ideias do que se pretende uma direita civilizada. Exige um pouco de isenção, talvez.
Então... Falamos para quem, afinal, afora os tipos que fazem parte das “bolhas”? É possível até fazer parte da bolha sem saber, sem ter feito essa escolha racionalmente. Quando você se dá conta, lá está sua ficha de inscrição àquele clube, à revelia de critérios factuais elementares. Ficou na clareza isso? No texto citado, exalto o respeito à liberdade de expressão – um ponto sobre o qual o leitor cobra equilíbrio nas opiniões sobre esquerda e direita. Sempre importante lembrar que este é um espaço de opinião.
Salvo engano, na média geral, muitos leitores concordam com as restrições do senhor Mário a respeito deste espaço. Como escrevi no mesmo texto citado, há até acusações sobre as intenções secretas do que vai publicado aqui. “Caneta de aluguel” é uma repaginação de “pena de aluguel” – porque essa teoria da conspiração (de bases realistas, é verdade) atravessa os séculos. “Pena da galhofa” já é outro departamento.
Daqui a pouco, depois deste post sobre o nada – ou quase isso –, voltarei a falar de negociatas políticas, de eleição em 2026, da Primeira Turma do Supremo, do “Plano T” na capa da Veja. O PIB cresceu, mas... 2025 é o ano da “colheita”. Ou seria o ano da “tempestade perfeita”? E talvez escreva sobre uma feitiçaria retórica segundo a qual Lula “dá uma guinada à esquerda” no governo. Pauta é o que não falta nesse vendaval
Tento ser claro e direto, duas metas sempre a perigo. O excesso e a imprecisão ameçam estragar tudo. As armadilhas são muitas. No mais, é com a sua livre interpretação.