Depois de alguns meses, pude liberar centenas de comentários que estavam travados na “moderação” do blog. Gastei horas durante esta quinta-feira, 6 de março, para dar conta do volume de recados que vocês mandaram para cá, em reação a diferentes relatos e opiniões. Havia um problema técnico para o qual contribuí de maneira decisiva. A demora para resolver a encrenca também deve ser debitada em minha conta.
Caso resolvido, finalmente o CM pode exibir o que você pensa sobre o que escrevo – se for de sua vontade, é claro, registrar seu pensamento. Como se pode verificar nos arquivos, não tenho problema com as críticas. Regra geral, os comentadores batem forte, recorrem a ironias e não economizam em hostilidade. Alguns fazem até acusações gravíssimas – coisa que daria uma CPI para investigar minhas ideias suspeitas.
Vejam bem, não estou reclamando de nada. A única regra para barrar um comentário é o uso de termos de baixo calão, aqueles palavrões que proliferam no ambiente privado, mas devem ser evitados nas interações públicas. Eu até poderia liberar, mas isso estaria em desacordo com os princípios de elegância e respeito que regem o jornalismo deste portal. Por isso, infelizmente, dispensei comentários que feriam esses princípios.
Tirante esses casos, defendo a liberdade de expressão com a fúria dos fundamentalistas. Ou quase isso. Só escrevo aqui no CM precisamente por essa razão – porque exerço esse direito individual em toda a plenitude. Sendo assim, não tenho qualquer disposição para censurar leitores que escrevem o que bem quiserem. A leitura dos comentários atesta o que estou dizendo. Afinal, por coerência, devemos praticar o que defendemos.
Na antologia de comentários que encarei numa tacada só, algumas ideias recorrentes a meu respeito, segundo os leitores: “esquerdista”, “vendido”, “drogado”, “comunista”, “marginal”, “defensor de bandido”, “jornalistazinho...”. Vez ou outra também pinta um elogio, mas, em nome da sobriedade, não reproduzo aqui. O mais engraçado: alguns leitores dizem que eu deveria me aposentar. Aí não. Escrever é uma aventura sem volta.