Não é que este bloguista seja um defensor da ideia, mas a especulação avança a galope pelas quadras e gabinetes de Brasília. Não há registro na história de um ministro do STF com protagonismo à altura de Alexandre de Moraes. Parece que foi ontem, mas o fenômeno Xandão deu seus primeiros passos ainda em 2019 – e lá se vão seis anos de turbulência, agitação e crises permanentes. Mas presidente da República?!
Antes de avançar sobre tal hipótese, um lembrete do último precedente nesse tipo de caso político. Quando Moraes ainda era um burocrata desconhecido, outro ministro do Supremo Tribunal Federal vislumbrou a porta da esperança rumo ao topo. Era Joaquim Barbosa, aquele que vestiu com entusiasmo o figurino de carrasco e justiceiro no julgamento do chamado mensalão. Ao detonar petistas, virou o herói da oposição.
Mas Joaquim Barbosa não conseguiu se entender com seus interlocutores na construção de uma candidatura viável. Após antecipar sua aposentadoria no STF, em 2014, o magistrado engatou uma série de conversas com lideranças partidárias. Cogitado também como vice em alguma chapa presidencial, a princípio ele desistiu. Quatro anos depois, em 2018, filiado ao PSB, tentou armar nova candidatura. Não deu.
Outro que está sempre nos holofotes, e sempre com muito poder, é Gilmar Mendes. Mas, nesse caso, a fama não torna o ministro um exemplo de popularidade a ponto de fazê-lo delirar com uma candidatura a presidente. Seu potencial é nos bastidores. Não é o caso de Moraes, cujo apelo popular sem dúvida garante alguma preferência eleitoral.
Um nome que “rivaliza” com Xandão no campo da política é Flávio Dino – este sim, aliás, com experiência partidária que o colega ainda não tem. O ex-governador do Maranhão, nomeado por Lula para o Supremo, também é citado como um futuro candidato numa eleição para o Planalto. Há quem o veja até como alternativa já para a disputa de 2026 – caso Lula não seja candidato à reeleição. Tudo por enquanto é só divagação.
Perigo real e imediato. É o que se pode observar sobre essa antologia de hipóteses, digamos, inusitadas. Alexandre de Moraes em particular, e o STF como um todo, devem zelar por uma blindagem a eventual “projeto” de aventureiros profissionais da política. “Xandão para presidente” é a senha para o caos – num quadro já todo bagunçado.