O bolsonarismo conta com Donald Trump para interferir na vida política brasileira. Como seria isso, ninguém sabe. Mas faz sentido diante do cenário atual – e não apenas no Brasil. Nos últimos anos, ganhou corpo a direita internacional, que tenta construir uma frente de vários países na defesa de ideias para avançar no retrocesso. Ainda assim, a dúvida permanece: como os Estados Unidos podem socorrer a gang de Bolsonaro?

A última imagem dessa investida dos patriotas é a participação de Eduardo Bolsonaro num evento na pátria de Trump. Em seu discurso, esse delinquente – que reverencia torturadores – espalha mentiras sobre seu próprio país com uma desenvoltura de causar espanto. Dudu Bananinha implora por alguma ação do governo Trump contra a “ditadura socialista” que vigora por aqui. Nunca se viu nada semelhante em nossa história.

Golpistas e covardes. Reza a lenda que os brutos também choram. No mesmo dia, Bolsonaro e seu filho Carlos foram às lágrimas durante encontro organizado pelo PL, a facção que abriga essa canalhada. O pai chegou a pedir desculpas pelo que dissera 24 horas antes sobre a possibilidade de ser preso. Como se diz pelas esquinas, o valentão arregou ao perceber que não está com essa bola toda. Ouviu conselho do advogado.

Carluxo, aquele rapaz sempre um tanto perturbado, também exibiu seu lado sensível e caiu na choradeira. Que coisa, não é mesmo? O que um encontro com a lei não é capaz de produzir! Segundo os padrões morais da gang, pode-se concluir que golpistas aderiram ao “mimimi” e ao “vitimismo”. Uso aspas porque esses são termos sacados por Bolsonaro e seguidores para menosprezar vítimas reais da truculência da estrema direita.

São as reações iniciais da turma após a denúncia do procurador-geral da República. Estão atordoados e tentam achar uma linha de contra-ataque. Pelo conjunto dos crimes elencados na denúncia levada ao STF, Bolsonaro pode pegar uns trinta anos de xilindró. Diante do perigo real, ele recebeu o decisivo apoio de um vereador maceioense – que garante ao Brasil: o “mito” vai voltar. Tudo tem um lado cômico. E ridículo também.