Por mais que o marketing político seja uma ferramenta poderosa, ele não transforma incompetência em eficiência, nem arrogância em estratégia. Quando um governante decide fazer tudo por conta própria ou cercar-se de conselheiros que “acham que entendem”, a comunicação se torna um espelho de seus erros, e não uma solução para eles.
O governo Lula 3 é um exemplo clássico desse fenômeno. Diante de uma popularidade em queda livre, o Planalto trocou o comando da comunicação como se o problema fosse apenas de narrativa. A realidade, no entanto, é outra: um governo que insiste em se afastar das demandas reais da população e acreditar que o marketing pode maquiar seus equívocos está fadado ao desgaste.
Sidônio Palmeira, marqueteiro de longa data de Lula, vive essa encruzilhada. Responsável pela estratégia de comunicação do governo, ele vê sua carreira e legado postos à prova em meio a erros políticos e administrativos que nenhuma campanha bem feita consegue reverter. O problema não é só a forma como Lula se comunica, mas o que tem para comunicar.
A verdade é que um bom marqueteiro pode potencializar qualidades, corrigir falhas de discurso e encontrar o tom certo para um candidato ou governante. Mas ele não governa. Não adianta mudar o time de comunicação se as decisões políticas continuam equivocadas.
Lula, que já foi um mestre da conexão com o povo, parece ter se distanciado da realidade. Seu governo, atolado em polêmicas, vive de crises autoimpostas e escolhas erradas. O discurso já não empolga, e os números das pesquisas refletem essa desconexão. O desgaste não é um problema de “venda do produto”, mas da qualidade do próprio “produto” que está sendo entregue ao país.
Marqueteiro não faz milagre.