As circunstâncias vão fazendo de Isnaldo Bulhões o nome mais cotado para o cargo de ministro da Secretaria de Relações Institucionais. O deputado federal pode ocupar o posto que hoje é de Alexandre Padilha, alvo de muitas críticas entre os partidos da base aliada. A missão prioritária da pasta é engrenar um diálogo permanente com as lideranças no Congresso, de modo a garantir tranquilidade na tramitação de projetos.

Padilha não conseguiu essa relação de cordialidade, como ficou evidente no conflito com Arthur Lira. O ministro de Lula simplesmente não conversava com o então presidente da Câmara – o que é uma aberração dada a natureza do ministério. Pelo que se viu, as razões da briga deixam Padilha em melhores condições na foto. Mas um articulador que rompe relações com um interlocutor essencial não cumpre bem sua tarefa. A troca de titular, portanto, parece fato consumado. Falta bater o martelo entre opções na praça.

De onde vem o favoritismo do parlamentar alagoano para o lugar de Padilha? Segundo analistas na velha imprensa, o homem é bom de conversa, transita entre forças opostas e tem o respeito desses grupos distintos. Em tese, é o que o presidente persegue como prioridade. O programa de governo não pode ficar sob ameaça de eventuais crises com o parlamento. A escolha de Isnaldo seria um gesto de Lula para agradar o Legislativo.

A queda na aprovação de Lula tornou a reforma ministerial uma iniciativa urgente – e em níveis mais profundos do que estaria sendo planejado. O governo tenta retomar protagonismo. Mudanças de impacto podem resultar em retorno positivo nas próximas pesquisas. No meio da agitação, Isnaldo Bulhões vê seu nome no centro de um debate nacional, o que o faz mais um alagoano com destaque no topo da República.

Se isso vai se confirmar, somente Lula poderá dizer em breve. Num intervalo de meses, é a segunda vez que Isnaldo é cogitado para escalar a rampa de saída do baixo clero. Líder do MDB, antes ele havia sido apontado como possível substituto de Arthur Lira na presidência da Câmara. Chegou a quase favorito, mas Hugo Motta atropelou por fora e garantiu o apoio de todos os lados. A conferir se, desta vez, a coisa vai ficar na espuma ou se o deputado muda mesmo de patamar. A troca ministerial sai ainda este mês.